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Indústria de plásticos pede incentivos ao governo

Por André Magnabosco
Atualização:

O encontro de representantes do setor da indústria de plásticos com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, realizado ontem em Brasília, foi o primeiro passo de um processo de reorganização do setor que deverá mudar o perfil da indústria plástica nacional. Chefiados pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, os executivos das principais entidades do setor entregaram um estudo para o governo federal no qual defendem a aplicação de uma série de medidas para ampliar a competitividade da terceira geração petroquímica. Considerada o elo fraco de uma cadeia formada pela Petrobras, pelas centrais petroquímicas e fabricantes de resinas, pelos fabricantes de itens plásticos e por grandes multinacionais dos setores alimentício e automotivo, entre outros, a indústria de transformação resolveu unir forças para tentar reduzir o poder de barganha de fornecedores (petroquímicas) e clientes (consumidores finais) na mesa de negociações. A largada para este movimento foi dada pela aproximação entre a Abiplast, a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), a Associação Brasileira da Indústria de Filmes Flexíveis (Abrafilme), a Associação Brasileira da Indústria dos Fabricantes de Embalagens Laminadas (Abraflex), a Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas (Afipol), a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) e sindicatos estaduais. O objetivo é concentrar na Abiplast os pleitos do setor, que passaria a ter comissões atuantes dentro da própria entidade. Esta, por sua vez, pode abrir sua sede para a instalação das demais entidades. "Nosso interesse é tornar o setor mais forte e representativo", afirmou o presidente da Abrafilme, José Ricardo Roriz Coelho, durante evento realizado hoje, em São Paulo. Na prática, as entidades pretendem reunir os fabricantes, que passariam a ter maior poder para tentar segurar os reajustes das petroquímicas e, quando o preço das resinas for aplicado, ter melhores condições para repassar os custos aos clientes. Hoje, o setor é representado por cerca de 10 mil empresas, o que limita uma ação conjunta das empresas do setor. Ao mesmo tempo, a iniciativa fortalece a posição dos transformadores em relação aos pleitos entregues ao governo federal. "Estamos em um momento importante para nós, no qual todo o setor do plástico se une oficialmente e passa a trabalhar junto, dentro da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP)", afirmou Cachum. Medidas Os transformadores se reuniram ontem com o ministro Miguel Jorge e entregaram um estudo elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pela Unicamp no qual propõem a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para diversos materiais, a criação de linhas de financiamento para a atualização tecnológica do parque fabril brasileiro e apoio a projetos de pesquisa, entre outras ações. "Não queremos que o governo favoreça o setor, nem que proteja ninguém. O que pedimos apenas são condições que garantam competitividade aos fabricantes", destacou Cachum. Esta competitividade seria gerada, no curto e médio prazo, a partir da redução da carga tributária e da redução nos preços de matéria-prima (nafta, fornecida pela Petrobras). No longo prazo, os novos investimentos em maquinários e capacitação de mão-de-obra seriam os principais responsáveis pela recuperação da indústria plástica nacional. "Queremos apenas condições similares a de concorrentes de outros países", afirma Roriz, da Abrafilme.

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