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Indústria de SP demite 16,5 mil e tem pior junho em oito anos

Nível de emprego recuou 0,64%, pior resultado para um mês de junho desde 2006; nem em junho de 2009, sob o efeito da crise econômica, o recuo foi tão intenso

Foto do author Beatriz Bulla
Por Beatriz Bulla e Igor Gadelha
Atualização:

O nível de emprego da indústria paulista caiu 0,64% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, informou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). É o resultado mais fraco para o mês desde 2006, quando o indicador começou a ser apurado. Na época, houve recuo de 0,47% no emprego da indústria no mês de junho. Em números absolutos, a indústria paulista teve um saldo de 16,5 mil demissões em junho ante maio. Na comparação com junho de 2013, a entidade registrou 96,5 mil demissões no mês passado.

"Nem em junho de 2009, diante dos reflexos da crise econômica de 2008, a queda no número de empregos foi tão expressiva", afirmou, em nota, Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, sobre o resultado de junho. Francini classificou como "inesperado" o resultado.

No acumulado do ano a situação é de estabilidade, sem saldo de demissões ou contratações Foto: Divulgação

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De acordo com a instituição, a situação deve se agravar até o fim do ano e é possível que o número de demitidos em 2014 supere o mau resultado de 2012, quando foram fechados 52 mil postos de trabalho. No ano passado, 36,5 mil profissionais foram dispensados.

Neste ano, na comparação de junho com o mesmo mês de 2013, foram contabilizadas 96,5 mil demissões. No acumulado do ano, contudo, a situação é de estabilidade, sem saldo de demissões ou contratações.

"É possível que fiquemos num número entre 2009, quando houve 112,5 mil cortes, e 2012, ou seja, variando entre 112,5 mil e 52 mil vagas eliminadas", afirmou Francini.

A Fiesp destacou, em nota, o maior número de demissões na indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 3.661 vagas fechadas. Na sequência, aparece como destaque negativo as 2.566 demissões no setor de produtos alimentícios e os 2.562 postos de trabalho fechados na confecção de artigos do vestuário e acessórios. 

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