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Indústria de SP desacelera, mas perspectiva é positiva

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Por Redação
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A atividade da indústria paulista caiu 2,4 por cento em maio, reforçando as expectativas de desaceleração esperada para o setor em 2008 depois do forte desempenho apresentado no ano passado. Segundo Paulo Francini, diretor econômico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a acomodação no ritmo de produção não assusta. "Não há nada de muita importância afetando (negativamente) a atividade", disse. "Estamos apenas vendo uma desaceleração do crescimento vigoroso que vínhamos experimentando", acrescentou o economista, que manteve sua previsão de crescimento de 5,5 por cento para a indústria paulista em 2008, após avanço de 6 por cento no ano passado. Entre abril e maio, o segmento de Alimentos e bebidas foi um dos destaques da desaceleração registrada pela indústria paulista, a maior e mais importante do país. O segmento amargou queda de 0,5 por cento na produção. No ano, o recuo é de 1,9 por cento. "Na hora em que você passa por um momento de aumento vigoroso de preços (de alimentos), você passa por um processo vigoroso de redução de demanda", argumentou Francini. Os alimentos têm respondido por boa parte do avanço dos índices de inflação no Brasil nos últimos meses. Os fabricantes de Máquinas e equipamentos também tiveram um desempenho fraco no mês passado. A queda foi de 3,5 por cento, de acordo com os dados apurados pela Fiesp. Para Francini, o resultado não representa uma reversão de tendência do segmento --que no ano tem expansão de 11,6 por cento--, mas apenas uma acomodação. CAPACIDADE INSTALADA A Fiesp acrescentou que o indicador sobre o uso de capacidade instalada na indústria de São Paulo atingiu 84,0 por cento no mês passado, considerando dados sem ajuste sazonal, ante 83,0 por cento em abril. Com ajuste, entretanto, o índice ficou em 83,1 por cento, ante 83,4 por cento no mês anterior. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já havia mostrado que o uso da capacidade do setor está se estabilizando na casa dos 83 por cento. A acomodação sentida na indústria de Alimentos e bebidas ainda não chegou no comércio, considerando os dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) nesta quinta-feira. O faturamento do setor saltou 7,79 por cento em maio ante abril e 13,95 por cento sobre maio de 2007, acumulando no ano avanço de 8,87 por cento, o melhor desempenho em 5 anos. "Não restam dúvidas de que o resultado foi fortemente impactado pelo processo mundial de alta nos preços das commodities --principalmente os alimentos", disse em nota o superintendente da Abras, Tiarajú Pires. (Por Vanessa Stelzer)

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