A indústria brasileira continuará crescendo no segundo semestre, mas os resultados não devem ser tão expressivos quanto na primeira metade do ano, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). As vendas reais da indústria de transformação em julho, por exemplo, descontados os fatores sazonais do mês, tiveram a primeira queda nos últimos 12 meses, com uma diminuição de 3,31% em comparação a junho. O dado interrompeu uma seqüência de quatro meses com crescimento médio mensal de 2,65%. "Em agosto o indicador deve voltar a ser positivo mas não continuará no mesmo ritmo de crescimento dos últimos quatro meses", afirmou o coordenador da CNI, Flávio Castelo Branco, ao divulgar hoje os indicadores industriais de julho. Em julho, na comparação com julho de 2003, as vendas industriais cresceram 19,45%. O resultado é menor que o de junho, quando o crescimento foi de 27,8% na comparação com junho do ano passado. O economista reafirmou a previsão da CNI de um crescimento da produção industrial este ano de mais de 6% e do PIB, de 4,5%. O índice de utilização da capacidade instalada em julho quebrou mais um recorde e atingiu 82,8%. Castelo Branco previu que o indicador deverá continuar crescendo até outubro. O empresário disse que o debate sobre a necessidade de novos investimentos deve continuar. Segundo ele, estão sendo realizados investimentos, mas a CNI não tem um levantamento da intensidade deles. "O momento é de expansão da atividade econômica e do mercado externo", afirmou. "Não vejo com pessimismo ou como um fato alarmante o crescimento da utilização da capacidade instalada. Acho que serve de alerta para a necessidade de novos investimentos, mas não vejo isso como uma coisa ruim". Os dados da CNI mostram também que número de empregos na vem apresentando um crescimento consecutivo, entre janeiro a julho deste ano. Na comparação com dezembro de 2003, o total de empregos na indústria de transformação cresceu 4,11%, o que, segundo a CNI, dá uma média mensal de crescimento de 0,58% e uma taxa anualizada superior a 7%. Também a massa de salários pagos pela indústria cresceu 8,29% nos últimos 12 meses, na comparação com os 12 meses anteriores. "A recuperação do rendimento real realimenta o processo de recuperação do mercado doméstico", afirmou.