A indústria iniciou o segundo semestre no mesmo ritmo acelerado de produção com o qual finalizou o primeiro semestre, segundo observou o chefe da coordenação de indústria do IBGE, Silvio Sales. Outro dado positivo é que o ritmo intenso se manteve apesar da redução do efeito de base de comparação, que permanece mas começa a perder força a partir da referência que foi "o fundo do poço" de junho do ano passado. Sales lembrou também que a indústria vem operando em patamares recordes consecutivos desde maio deste ano. "Não alteramos a leitura da produção industrial sobre os dados de julho, em relação aos dados de junho. Os dados divulgados hoje confirmam o crescimento da produção, liderada pelos bens de consumo duráveis e bens de capital", disse. Ele lembrou que a última vez que a produção da indústria havia apresentado o quinto crescimento consecutivo ante mês anterior, como ocorreu em julho, foi entre novembro de 2001 e março de 2002. Crescem os investimentos Os dados acumulados da produção de capital de janeiro a julho mostram que há crescimento dos investimentos industriais no País, segundo afirmou o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales. "Os dados revelam que há aumento dos investimentos, a discussão é se eles são suficientes ou não", disse. A produção de bens de capital cresceu 24,9% no acumulado de sete meses. "Nos vários setores de bens de capital observam-se desempenhos positivos, o que indica um movimento mais generalizado de recuperação do investimento", afirmou Sales. No início do ano, o aumento da produção de bens de capital estava concentrada em produtos para a área agrícola ou exportações. Agora, segundo Sales, o crescimento está sob impacto também do aumento da capacidade instalada das empresas e demais investimentos na própria indústria. Segundo ele, o fenômeno pode ser confirmado pelos aumentos acumulados de janeiro a julho em bens de capital para construção (32,3%); para energia elétrica (12,9%); para fins industriais (15%); para o setor de transporte (25,2%) e para uso misto (como microcomputadores, 26,6%). Os bens de capital para agricultura (16,5%) mantiveram a trajetória de crescimento. Sales disse que os dados de importação de bens de capital - que cresceram 18,5% no acumulado de janeiro a agosto deste ano - também evidenciam o aumento dos investimentos.