Publicidade

Indústria japonesa cresce 5,2% em abril

Aumento proporcional da produção é o maior em mais de 50 anos

Por Dow Jones Newswires e TÓQUIO
Atualização:

A produção industrial do Japão teve em abril o maior crescimento porcentual em mais de meio século, mas as persistentes quedas de preços e a alta do desemprego limitaram a expectativa de que a ocupação dos pátios das fábricas se traduza em recuperação da economia. Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria, a produção industrial japonesa cresceu 5,2% em abril em relação a março. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% em abril ante o mesmo mês do ano passado, no segundo mês seguido de declínio. Já a taxa de desemprego aumentou 0,2 ponto porcentual em abril, para 5%, o mais alto nível desde novembro de 2003. O crescimento da produção industrial em abril é o maior já verificado pelo atual método de cálculo, que começou em 2005, e também o maior desde março de 1953, durante a Guerra da Coreia. O diretor do Escritório de Análise Econômica do ministério, Katsuya Shimura, explicou, no entanto, que as diferenças na estrutura industrial do país dificultam uma comparação simples entre os dados atuais e os da década de 50. O aumento da produção industrial em abril também superou a média das projeções de economistas consultados pelas agências Dow Jones e Nikkei, que apontava expansão de 3,3%. Um aumento de 15,7% na produção de dispositivos e componentes eletrônicos e de 13,8% no setor químico levou ao crescimento global. Já as exportações cresceram 2,3%, ante 1,5% em março. Por outro lado, as exportações de carros, caminhões e ônibus caíram 64,7% em abril ante abril do ano passado, no sétimo mês seguido de queda, segundo a Associação de Fabricantes de Automóveis. As exportações totalizaram 206.456 veículos em abril, ante 584.059 no mesmo mês do ano passado. A produção de veículos caiu 47,1% em abril, na mesma comparação, também pelo sétimo mês. Foram fabricados 485.405 veículos em abril, ante 917.951 veículos em 2008. A demanda doméstica por veículos em abril foi de 284.035 veículos, uma queda de 23% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em outro sinal positivo, os dados mostraram que as empresas esperam aumento da produção de 8,8% em maio e de 2,7% em junho. Mas o índice de preços, que salienta a ameaça de deflação, acabou restringindo as perspectivas para a economia do país a longo prazo. O indicador é semelhante às expectativas dos economistas consultados pela Dow Jones e pela Nikkei. Porém, o núcleo do CPI para a área metropolitana de Tóquio, considerado um indicador da tendência nacional, declinou 0,7% em maio, de acordo com dados preliminares.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.