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Indústria pede a Guedes volta de incentivo a exportadores em troca de apoio a privatizações

'Coalizão Indústria', que representa 14 entidades, está a retomada do Reintegra, programa que que devolve para as empresas exportadoras parte dos tributos pagos na cadeia

Foto do author Lorenna Rodrigues
Foto do author Thaís Barcellos
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast) e Thaís Barcellos (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - Representantes da indústria se reuniram nesta sexta-feira, 14, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o que o setor considera como prioridade para 2022. Um dos pontos apresentados pela “Coalizão Indústria”, que representa 14 entidades, está a retomada do Reintegra, programa que devolve para as empresas exportadoras parte dos tributos pagos na cadeia.

Paulo Guedes, ministro da Economia; setor industrial pede retorno de programa de incentivo que devolve para as empresas exportadoras parte dos tributos Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters

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Na reunião, os setores também se comprometeram a apoiar a tramitação da reforma tributária e das privatizações defendidas por Guedes. De acordo com o coordenador do grupo, Marco Polo Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, o avanço das mudanças tributárias é“prioridade absoluta” para o setor e para o governo. “O entendimento é que não pode haver crescimento sem reformas. Também entendemos como sinalizador importante as privatizações dos Correios e da Eletrobras”, afirmou.

Polo disse que Guedes demonstrou preocupação com o aumento do déficit da balança comercial de manufaturados. Foi nesse ponto que os representantes apresentaram o pleito de aumentar a alíquota do Reintegra.

O programa devolvia às empresas 3%do faturamento com as exportações. Em 2018, porém, a alíquota foi reduzida “temporariamente” para 0,1%, mas não foi mais elevada;

Segundo Lopes, foi apresentada a Guedes a proposta de aumentar para 2,5% a 3%, podendo chegar a até 5% de acordo com a empresa. “Deixamos de falar do Reintegra em 2020 e 2021 porque houve demanda e os estoques da indústria se voltaram para o mercado interno.Agora, há um grau de subutilização da capacidade instalada e é necessário olhar para as exportações”, afirmou.

O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, que também participou da reunião, disse que há convergência de que a reforma tributária ampla, com criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), é solução para o assunto, porque acabaria com a tributação em cascata.

Os representantes da indústria também ressaltaram a necessidade de incluir o Imposto sobre Industrializados (IPI) na reforma tributária, o que, de acordo com Guedes, poderáser feito em uma segunda fase.

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O presidente da Abimaq afirmou ainda que a agenda prioritária da Coalização Indústria em 2022 também envolve uma agenda de crédito para investimentos e moradias populares, que pode levar a uma conversa com a Caixa, no caso da construção civil. Há também apoio aos marcos regulatórios e reformas microeconômicas.

Segundo Velloso, Guedes ouviu de todas as entidades setoriais previsão de crescimento este ano. “Todas as entidades estão muito otimistas com o ano de 2022, independentemente do avanço da agenda prioritária.”