A indústria está reclamando com o governo da abertura do mercado para a importação de máquinas para a produção de papel, que já são produzidas no País. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Carlos Delben Leite, "a Medida Provisória 38 do governo permite a importação das máquinas que já são produzidas no País pela Voith, que realiza exportações porque seus produtos são competitivos internacionalmente". O artigo 13 da MP isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Importação (II) as máquinas de produção de papel. No mercado mundial, os produtos da Voith do Brasil competem com os fabricados na Alemanha e com os da Valmet, outra grande fabricante, que é da Suécia. Segundo Delben Leite, "não há motivo para se tirar os impostos e permitir a livre importação, prejudicando a indústria nacional. Isto é muito ruim e pode prejudicar a indústria nacional, que necessita de encomendas". A Abimaq enviou um documento ao ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, explicando o pleito do setor. "A prevalecer essa abertura incondicional às importações incentivadas, a indústria brasileira de máquinas e equipamentos para a indústria do papel estará totalmente alijada dos projetos de implementação ou ampliação da produção de papel para imprensa não por falta de capacidade tecnológica e produtiva, mas em razão dos custos dos fatores estruturais que oneram a produção interna de bens de capital, a começar dos altos juros do capital da pesada carga tributária, incluindo as contribuições de incidência em cascata do PIS, Cofins e CPMF", diz um trecho do documento. Para agravar ainda mais essa desvantagem competitiva, informações dão conta de que o governo do Estado do Paraná estaria concedendo a isenção também do ICMS sobre as máquinas e equipamentos importados e destinados a projetos da indústria do papel de imprensa em seu território, benefício não estendido aos bens de capital nacionais quando procedente de outras unidades da Federação.