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Indústria recua 0,4% em julho

Segundo IBGE, desaceleração foi puxada por São Paulo, onde a produção caiu 0,3%

Por Jacqueline Farid
Atualização:

Os dados regionais de julho da indústria confirmaram a ''''acomodação'''' do setor no mês. São Paulo, que responde por cerca de 40% da indústria do País, teve queda de 0,3% na produção ante junho, após cinco meses de expansão. Esse resultado foi o maior responsável pelo recuo de 0,4% do número nacional. A economista Isabella Nunes, da coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avalia que os resultados regionais ''''mostram mais uma acomodação do que uma mudança de tendência''''. Para os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), no entanto, o que houve em julho foi uma desaceleração generalizada no País. Em documento sobre a pesquisa, o Iedi alertou que ''''certa generalização em nível setorial e grande incidência em nível regional de resultados piores em julho com relação a junho dão maior grau de confiança no diagnóstico de que a indústria desacelerou sua expansão em julho''''. Segundo o IBGE, seis dos 14 locais pesquisados registraram queda na produção ante o mês anterior. Mas, argumentou Isabella, a maior parte dos indicadores é positiva nas demais bases de comparação. Ante julho de 2006, por exemplo, 11 locais registraram expansão, dois ficaram estáveis e apenas o Ceará registrou recuo. No acumulado do ano, a indústria cearense foi a única a mostrar sinal negativo, sobretudo por causa de paralisações no refino de petróleo. Enquanto para Isabella o desempenho negativo da indústria paulista apenas manteve a atividade local no mesmo nível de junho, sem mudar a tendência, para o Iedi a situação assusta. A avaliação dos economistas da instituição é de que o forte impacto que São Paulo vem mostrando no desempenho nacional torna preocupante essa reversão de sinal no Estado. Isabella, porém, argumenta que a indústria de alimentos, que registrou desempenho ruim no total do País em julho, tem forte peso em São Paulo e representou uma das principais influências negativas na região, além do setor farmacêutico. Em ambos os casos, ela avalia que os recuos são pontuais. O índice de média móvel trimestral, considerado o principal indicador de tendência, mostrou alta de 1% na produção da indústria paulista no trimestre encerrado em julho, em relação ao terminado em junho. Além disso, houve crescimento no Estado em julho na comparação com igual mês do ano passado (6,7%) e no acumulado de 2007 (4,4%) e em 12 meses (3,6%). ''''A produção em São Paulo em julho ficou mais ou menos no mesmo nível do mês anterior'''', disse Isabella. Ela lembrou, ainda, que São Paulo foi a principal influência positiva na comparação com julho do ano passado, indicador no qual a produção nacional mostrou expansão de 6,8%.

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