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Indústria tem no 1o semestre maior alta desde 2004

Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

A indústria brasileira fechou o primeiro semestre com a maior taxa de expansão desde 2004, puxada pelo bom desempenho da produção de bens de capital e de consumo duráveis. A produção das indústrias no país cresceu 2,7 por cento em junho frente a maio, o que garantiu expansão de 6,3 por cento no primeiro semestre, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. "O resultado do primeiro semestre de 2008 confirmou o padrão de crescimento da indústria ao longo deste ano, com o maior dinamismo vindo dos setores produtores de bens de capital e de bens de consumo duráveis", destacou o IBGE em comunicado. O crescimento registrado na primeira metade do ano foi o maior registrado desde o primeiro semestre de 2004, quando a indústria avançou 8,3 por cento. A produção de bens de capital --um importante indicador do nível de investimento no país-- cresceu 17,1 por cento nos primeiros seis meses do ano. No segmento de bens de consumo duráveis, o avanço foi de 13,9 por cento, impulsionado pelo setor automobilístico, segundo o economista Silvio Sales, do IBGE. Na véspera, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já havia mostrado que o ritmo de atividade do setor no segundo trimestre do ano mantinha-se em franca ascensão. PRODUÇÃO RECORDE O crescimento da produção industrial em junho ficou levemente acima das estimativas de analistas consultados pela Reuters, que esperavam avanço de 2,6 por cento. A taxa mensal de 2,7 por cento foi a maior registrada pelo IBGE desde outubro de 2007, o que levou o patamar de produção do setor para um novo recorde. Na comparação com junho de 2007, a produção industrial cresceu 6,6 por cento. Em 12 meses até junho, as indústrias aumentaram em 6,7 por cento o volume produzido. "A virtude desse resultado de junho é que... foi um movimento generalizado", afirmou Sales, ao destacar que a expansão foi verificada em 23 ramos industriais, em todas as categorias de uso. Sales ponderou, entretanto, que ainda não há como afirmar que a aceleração verificada em junho irá se traduzir em tendência para o segundo semestre. "Houve, sem dúvida, uma aceleração da indústria na margem, mas não dá para falar em tendência por enquanto." Se a indústria mantiver o ritmo de junho ao longo do segundo semestre, o setor fechará o ano com expansão de 6,1 por cento, praticamente no mesmo patamar de 2007, quando o crescimento foi de 6,0 por cento. "É importante lembrar que, embora o segundo semestre de cada ano seja mais forte que o primeiro, a base de comparação para este ano vai ser mais forte", ponderou Sales. Para a CNI, alguns indicadores permitem vislumbrar um arrefecimento da atividade nos dois últimos trimestres do ano. "Os estoques estão acima do desejado, aumentou a dificuldade de obtenção de crédito e as margens de lucro das empresas estão menores, por conta de aumento de preços de matérias-primas", afirmou Flávio Castelo Branco, gerente de política econômica da CNI, em relatório divulgado nesta semana.

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