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Indústria tem resultados negativos ou estáveis desde o fim de 2011

Petróleo e gás natural puxaram queda do setor industrial no trimestre

Por Fernanda Nunes , Monica Ciarelli (Broadcast), Mariana Durão , Vinicius Neder e da Agência Estado
Atualização:

RIO - A indústria apresenta resultados negativos ou estáveis desde o quarto trimestre de 2011, quando caiu 0,4%, considerado a comparação do trimestre com igual período do ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Em contrapartida, o consumo das famílias esteve em ascensão durante o mesmo período, impulsionado pela renda e por programas de incentivo do governo, ressaltou a gerente da coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

"Nesse trimestre, o consumo das famílias continua crescendo, mas em uma taxa menor. Até porque os incentivos do governo estão diminuindo. Além disso, a inflação aumentou, o que corroeu o salário real. O crédito continua crescendo, mas em um ritmo mais baixo", destacou Rebeca.

Por outro lado, disse ela ao encerrar a apresentação das Contas Nacionais do primeiro trimestre deste ano, o governo está favorecendo o crédito para a indústria e as importações de máquinas e equipamentos também têm crescido. Isso fez com que os investimentos aumentassem, segundo a economista do IBGE.

Petróleo e gás natural puxam queda

A indústria extrativa mineral liderou a queda de 1,4% do setor, em comparação com igual período de 2012. A indústria extrativa caiu 6,6% nessa base de comparação. A construção civil caiu 1,3% e a transformação teve queda de 0,7%.

A única atividade a subir foi a de produção e distribuição de eletricidade, gás e água, com alta de 2,6%, influenciada pelo aumento do consumo residencial, segundo o IBGE.

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A queda da indústria extrativa foi puxada pelo segmento de petróleo e gás natural. Segundo Rebeca, do IBGE, as paradas programadas em plataformas realizadas na indústria de petróleo responderam pela queda da produção e do valor adicionado da atividade.

Produtos importados

A competição com produtos importados e no mercado externo prejudicou a indústria no primeiro trimestre deste ano, comparado a igual período do ano passado. Isso explica parte do resultado negativo da indústria têxtil, artigos de vestuário e máquinas para escritório e equipamentos de informática, por exemplo, segundo Rebeca Palis.

Por outro lado, o segmento de bens de capital contribuiu para que a indústria de transformação não tivesse um resultado pior no primeiro trimestre deste ano do que a queda de 1,4%, em comparação a igual período do ano passado.

Palis interpreta que o resultado positivo demonstrado pelas indústrias automotiva, relacionado à produção de caminhões; de equipamentos de transporte, que inclui embarcações e aviões;e de máquinas e aparelhos elétricos é um indicativo de investimento por parte da indústria e do setor agropecuário.

O investimento em bens de capital pode ser interpretado como um início de recuperação da economia, porém, há também uma base de comparação favorável, já que o investimento em máquinas e equipamentos foi ruim no ano passado, ressaltou Rebeca.

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