Publicidade

Indústria teve o melhor janeiro desde 2005, segundo CNI

Crescimento foi puxado pelo setor automotivo, que respondeu por um terço da expansão do mês de janeiro

Por Renata Veríssimo
Atualização:

A indústria de transformação - aquela que transforma matéria-prima em produtos comercializados - cresceu no início de 2008. Segundo dados divulgados nesta terça-feira, 11, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os indicadores de janeiro foram os melhores para o mês nos últimos três anos. O faturamento real (vendas reais) da indústria cresceu 0,8% na comparação com dezembro de 2007 em termos dessazonalizados - que leva em conta as características específicas de cada época do ano - e 10,5% na comparação com janeiro de 2007.   Veja também:    Governo mantém projeção de superávit comercial em 2008 Frota mundial de veículos atinge a marca de 1 bi de unidades Produção industrial cresce em todas as regiões em janeiro Venda de veículos novos bate recorde em fevereiro De acordo com o economista da CNI Paulo Mol, a indústria começa 2008 com uma trajetória bem mais favorável que em 2006 e em 2007. Para Mol, o avanço da demanda interna e o aumento da utilização da capacidade instalada levaram à elevação dos investimentos pelo setor industrial.   Os números da CNI mostram ainda que o faturamento da indústria acumula seis meses consecutivos de expansão. As horas trabalhadas na produção aumentaram 0,7% em relação a dezembro do ano passado e 7% ante janeiro de 2007. Já o faturamento da indústria acumulado nos últimos seis meses encerrados em janeiro avançou em torno de 5%.   Setor automotivo puxa   Pelos dados da CNI, a alta do faturamento foi puxada pelo setor automotivo, que respondeu por um terço da expansão do mês de janeiro. Os setores de alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos vêm na seqüência como os que mais contribuíram para o aumento da receita da indústria de transformação em janeiro.   Considerando-se todos os meses, a CNI destaca que, no caso do faturamento, a alta de 10,5% em relação a janeiro de 2007 é a maior taxa de expansão desde agosto de 2004. Os três setores citados acima, juntos, também responderam por 66% do aumento de horas trabalhadas na produção e por 65% da expansão do emprego.   Já em relação à expansão da massa salarial, os setores que lideram são alimentos e bebida, máquinas e equipamentos e outros equipamentos de transporte. O setor automotivo vem em quarto lugar na composição do indicador, junto com material eletrônico e de comunicação.   Capacidade instalada   O setor de veículos automotores, segundo os dados da CNI, foi o que teve o maior crescimento na utilização da capacidade instalada em janeiro de 2007. A alta foi de 9,4 ponto porcentual. O setor representou um terço do crescimento da utilização da capacidade instalada da indústria em janeiro na comparação com igual período do ano passado.   Alimentos e bebidas e borracha e plástico vêm em seguida. Mas o economista Paulo Mol ressalta que a expansão da capacidade instalada no setor de borracha e plástico é um reflexo do avanço do setor automotivo, que é um grande consumidor destes materiais.   Mol acredita que o uso da capacidade instalada deve continuar em patamar elevado, mas não estima novas intensificações. "2008 terá um crescimento importante da atividade industrial, mas não será tanto quanto em 2007. Por isso, a tendência é que a utilização da capacidade instalada se mantenha estável ou um pouco declinante, dependendo do ritmo do crescimento econômico", afirmou o economista.   Uso da capacidade A utilização da capacidade instalada ficou estável em janeiro ante dezembro e cresceu 1,8 ponto porcentual na comparação com o mesmo mês de 2007, segundo os dados da CNI. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) em janeiro deste ano, em termos dessazonalizados, foi de 83,1%. A CNI destaca que o indicador da capacidade instalada se estabilizou no patamar de 83% nos últimos cinco meses, embora tenha havido a expansão das horas trabalhadas na produção, que é o indicadores mais relacionado à produção industrial.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.