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Indústria vai propor barreiras a importados

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Por Redação
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O aumento de tarifas seria uma ação emergencial e temporária, enquanto o governo não ataca os antigos tormentos do setor produtivo: carga tributária elevada, juros altos e câmbio desfavorável às exportações - todos reflexos de um Estado gastador. A demanda dos industriais será uma das dores de cabeça do presidente eleito neste domingo.O setor de eletroeletrônicos quer que o governo eleve a tarifa de importação de alguns produtos dos atuais 12% para 35%. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, essa é a tarifa consolidada do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Fabricantes de equipamentos para geração e transmissão de eletricidade seriam protegidos pela proposta. O pedido foi apresentado ao candidato José Serra (PSDB). "Ele achou razoável", diz Barbato. A candidata Dilma Rousseff (PT) não aceitou convite para visitar a entidade, por isso, a proposta não foi entregue. A ideia também foi discutida com a equipe econômica do governo Lula há dois meses. Até agora, não houve resposta.Outro setor afetado pela concorrência de importados, o de máquinas, divulgou esta semana um boletim reivindicando, entre outras providências, direitos antidumping. Trata-se da elevação de tarifas de importação para barrar a concorrência desleal.Os fabricantes de lâmpadas e luminárias, reunidos na Associação Brasileira da Indústria de Iluminação(Abilux), querem do governo medidas para fortalecer o setor. O objetivo é preservar os fabricantes de luminárias e controladores e atrair fábricas de lâmpadas fluorescentes compactas (hoje importadas) e de LEDs.Zona Franca. Dificultar a importação é também proposta dos fabricantes de eletroeletrônicos da Zona Franca de Manaus. "O governo poderia elevar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) cobrado na importação", diz o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), Wilson Périco.Impor barreiras a importados na forma de tarifas não é a opção preferida do governo. O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, diz que é preciso evitar uma guerra cambial, para não descambar numa guerra comercial. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, conversou com o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, sobre a adoção de uma política coordenada para lidar com o problema do câmbio."A escalada protecionista, a gente sabe onde vai dar: a recessão dos anos 1930 foi resultado disso", alerta o economista Flávio Castelo Branco, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade pretende entregar ao futuro presidente um conjunto de propostas para lidar com a crise na indústria. O aumento de proteção tarifária não está entre elas.

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