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Indústria vende menos, mas emprega mais

Por Agencia Estado
Atualização:

Os indicadores industriais divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram desaquecimento das vendas, mas aumento no emprego. Em abril, na comparação com março, houve um recuo de 1,64% nas vendas e um crescimento de 0,49% nos empregos. No acumulado deste ano até abril, as vendas industriais cresceram 1,96% sobre igual período do ano passado. Já as vendas em abril registraram queda de 5,28% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No indicador dessazonalizado, as vendas em abril cresceram 0,36% sobre março. Segundo a CNI, o resultado foi influenciado, comparativamente ao ano passado, pelo menor número de dias úteis em abril deste ano. O desaquecimento é indicado pela redução da utilização da capacidade instalada para 79,6% em abril contra 80,1% em março. Emprego e renda O emprego industrial manteve em abril a trajetória de crescimento iniciada em agosto do ano passado, na comparação com igual mês de ano anterior, mas a renda do trabalhador permanece em queda. Neste ano, o emprego na indústria acumula alta de 1,04% até abril, sobre igual período do ano passado. Os salários líquidos reais, entretanto, acumularam queda de 6,9% no período. O coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que os postos de trabalho não estão reduzindo, "mesmo em ambiente desfavorável", porque existe no setor industrial uma expectativa de reaquecimento da economia a partir do segundo semestre deste ano. Segundo ele, diante dessa perspectiva de recuperação da atividade, os empresários preferem manter os empregados. Além disso, ele disse que a indústria já fez um forte enxugamento de pessoal nos anos 90 e, portanto, "não há muito espaço para novos cortes". Segundo Castelo Branco, as empresas estão optando por reduzir salários ao corte de vagas. Em abril, os salários líquidos reais na indústria caíram 7,7% ante igual mês do ano passado, na sexta queda consecutiva nesse indicador.

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