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Inea rejeita renovar licença para usina a carvão no Açu

Por Antonio Pita
Atualização:

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio rejeitou nesta segunda-feira, 14, o pedido de renovação da licença para instalação de uma usina térmica a carvão no Complexo do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense. O projeto da então MPX - hoje Eneva, controlada pela alemã E.ON - obteve em 2008 autorização para construção da térmica, que teria capacidade de gerar 2.100 megawatts para abastecer as indústrias do complexo.A decisão do Inea foi tomada em reunião da diretoria na segunda-feira. De acordo com a presidente do instituto, Marilene Ramos, a decisão aconteceu após uma "mudança conjuntural importante", citando a alteração do perfil dos empreendimentos previstos para o complexo. Segundo Marilene, a térmica provocaria um aumento de cerca de 11% nas emissões de gás carbônico do Estado."A avaliação ambiental estratégica apontava a instalação no complexo de indústrias que demandam muita energia, como siderúrgicas e montadoras de automóveis. No curto prazo, não se vislumbra a chegada dessas empresas e sim indústrias de serviços de apoio offshore, com menor demanda", afirma.Além da térmica a carvão, o projeto do Complexo do Açu prevê a instalação de uma térmica a gás natural, com capacidade de geração de 3.300 megawatts. O projeto já tem licenciamento aprovado para a implantação. Conforme a presidente do Inea, as atuais tecnologias permitem uma captação de energia maior com o uso de gás natural, o que seria suficiente para atender à demanda da região. "Caso a empresa insista numa nova térmica, será necessário alterar e adequar o projeto", completa.Marilene afirmou ainda que, desde a primeira autorização, em 2008, houve mudanças na legislação ambiental que impediriam a realização do projeto. "Temos uma política estadual para mudanças climáticas que não permite esse aumento na emissão de gás", concluiu. A MPX alterou o nome para Eneva há pouco mais de um mês, em assembleia geral extraordinária (AGE). A mudança visava desvincular a imagem da empresa do empresário Eike Batista, que teve a participação diluída após um acordo de acionista, em maio. A alemã E.ON ampliou a participação para 36,2%, após injetar cerca de R$ 1,415 bilhão na empresa. Batista, por sua vez, ficou com cerca de 29% da companhia.

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