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Inflação acelera e vai a 0,37%, aponta IGP-M

O resultado foi superior à mediana das estimativas de analistas ouvidos pela Agência Estado, que esperavam variação de 0,30%

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado IGP-M de agosto subiu de julho para agosto. Segundo divulgou nesta quarta-feira a Fundação Getúlio Vargas, a taxa ficou em 0,37%, ante aumento de 0,18% no mês anterior. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado, que esperavam algo entre 0,26% e 0,41%, e acima da mediana das expectativas (0,30%). O IGP-M é composto por outros três indicadores: O Índice de Preços do Atacado (IPA), com 60% do total do total; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30%; e o Índice Nacional do Custo da Construção, com 10%. As taxas passaram de 0,21% para 0,46%; -0,08% para 0,13%; e 0,57% para 0,35%; respectivamente. Com o resultado, o IGP-M acumula elevações de 1,96% no ano e de 2,43% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo foi de 21 de julho a 20 de agosto. Atacado No ano, o IPA acumula elevação de 2,02% e de 2,10% em 12 meses. De acordo com a fundação, os preços dos produtos agrícolas no atacado acumulam quedas de 1,03% no ano e de 4,04% em 12 meses, até agosto. Já os preços dos produtos industriais estão acumulados em 2,98% no ano e de 4,11% em 12 meses, até agosto. Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais acumulam aumentos de 1,78% no ano e de 2,45% em 12 meses. Por sua vez, os preços dos bens intermediários têm elevações acumuladas, até agosto, de 3,13% no ano e de 3,99% em 12 meses. Já as matérias-primas brutas têm elevação acumulada de 0,11% no ano, mas registram queda acumulada de 2,09% em 12 meses. Por produtos, as altas de preço mais expressivas em agosto no atacado foram registradas nos preços de bovinos (8,26%); álcool etílico hidratado (4,74%) e mamão (47,38%). As maiores quedas ficaram a cargo do milho em grão (-7,78%); aves (-5,69%) e feijão em grão (-15,59%). Varejo O IPC acumula elevações de 0,94% no ano e de 2,19% em 12 meses. De acordo com a instituição, o fim da deflação do IPC, de julho para agosto (de -0,08% para 0,13%), foi impulsionado pelo término da queda de preços, no mesmo período, no grupo alimentação (de -0,48% para 0,67%). Dos sete grupos que compõem o IPC, três registraram aceleração ou fim de deflação de preços, de julho para agosto. Além de Alimentação, é o caso de Educação, Leitura e Recreação (de 0,07% para 0,37%) e Transportes (de -0,07% para 0,12%). Outros três grupos registraram desaceleração ou até mesmo queda expressiva de preços, como Habitação (de -0,01% para -0,12%); Vestuário (de 0,66% para -1,35%); e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,21% para 0,14%). Por sua vez, o grupo Despesas Diversas registrou o mesmo patamar de elevação de preços, de julho para agosto (0,03%). Por produtos, as altas de preço mais expressivas foram registradas nos preços de mamão da amazônia - papaya (66,86%); manga (41,31%); e limão (34,72%). As maiores quedas corresponderam à batata-inglesa (-14,95%); tomate (-13,47%) e cebola (-17,30%). Trajetória A taxa inflacionária de 0,37% em agosto voltou a ficar em linha com a trajetória que levará o IGP-M a fechar o ano entre 3,5% e 4,0%. A afirmação foi feita nesta quarta pelo coordenador de Análises Econômicas da Fundação, Salomão Quadros. Para ele, a aceleração do IGP-M em agosto ante uma taxa de 0,18% em julho representa mais um ajuste para o padrão normal dos preços do que um processo claro de inflação. "Eu já havia falado que a taxa de 0,18% em julho não era normal", disse Quadros, acrescentando que há que se considerar que esta alta ocorre sobre uma base de comparação muito baixa da inflação. Por isso, o coordenador não vê a aceleração do IGP-M com preocupação. Quadros acrescentou ainda que a variação do IGP-M acumulada em 12 meses até agosto, de 2,43%, também não é condizente com o nível de inflação para o ano. De acordo com ele, esta taxa carrega muito a influência das taxas negativas registradas na primeira metade do ano. Matéria alterada às 14h37 para acréscimo de informações

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