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Inflação acelera em setembro e fica em 0,21%

O resultado veio ligeiramente acima do teto das estimativas dos analistas, que variavam entre 0,11% e 0,20%

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu em setembro. O resultado foi de 0,21%, ante 0,05% em agosto, e ficou ligeiramente acima do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE-Projeções, que variavam entre 0,11% e 0,20%, e bem acima da mediana, de 0,14%. O "salto" na inflação medida pelo IPCA em setembro ocorreu por causa de reajustes "super concentrados e muito pontuais", segundo observou a coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. "A fisionomia de comportamento dos preços manteve-se inalterada, há vários itens com preços estáveis e vários itens em queda", disse Eulina, acrescentando que "para frente não se espera surpresas, a inflação está bem comportada". Eulina argumenta que apenas quatro itens contribuíram com mais da metade (0,14 ponto percentual) da inflação de setembro. São eles empregados domésticos (0,06 ponto), cigarros (0,02), taxa de água e esgoto (0,03) e vestuário (0,03). A metodologia do IBGE faz com que o reajuste do salário mínimo ainda esteja sendo absorvido no item salário dos empregados domésticos no cálculo do IPCA. Outras influências importantes para a taxa foram dadas por cigarros (2,72), taxa de água e esgoto (1,89%) e artigos de vestuário (0,46%). Os produtos alimentícios registraram alta de 0,08% em setembro, enquanto os não alimentícios apresentaram variação de 0,24%. No ano até setembro, o IPCA acumula alta de 2% e, em 12 meses, de 3,70%. Acumulado O IPCA acumulado de janeiro a setembro deste ano, de 2,0%, é o menor acumulado neste período desde 1998, segundo mostra a série histórica do IBGE. A taxa acumulada em 12 meses, de 3,70%, é a menor em 12 meses desde junho de 1999. "O cenário é bem confortável para a inflação", avalia a coordenadora do instituto. "Observados os 12 meses, está bastante evidenciado que os números têm uma tendência de queda desde o início do ano e não há nada que aponte para a reversão dessa tendência", disse Eulina. Segundo ela, "dada a evidência da série (histórica da inflação), as indicações são que os números caminham para algo (em 12 meses até o final do ano) pelo menos menor que 3,70%", afirmou. Segundo Eulina, o dólar é o principal fator de contribuição para conter a inflação neste ano, com efeito nos preços dos produtos alimentícios e em outros itens importantes nas despesas das famílias, como artigos de higiene pessoal, artigos de limpeza e eletrodomésticos. Ela lembra que o grupo dos alimentos está com preços estáveis há três meses e, em setembro, apesar da pressão pontual de itens como carnes e tomate, a maior parte dos alimentícios registrou queda de preços. Além do impacto nos alimentos, sob efeito do dólar e da safra, a moeda americana foi a principal responsável pela deflação no mês em itens como artigos de higiene pessoal (-0,25%), artigos de limpeza (-0,43%) e eletrodomésticos (-0,55%). INPC O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para a camada de renda mais baixa da população, ficou em 0,16% em setembro, ante -0,02% em agosto e acumula alta de 1,32% no ano e de 2,86% em 12 meses. Matéria alterada às 11h26 para acréscimo de informações

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