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Inflação acumulada em 12 meses é a menor desde agosto de 99

Com entrada da safra da cana-de-açúcar, preço do álcool pode cair e inflação em abril pode ficar negativa

Por Agencia Estado
Atualização:

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base nos preços apurados no município de São Paulo, acumula uma alta de 3,40% em 12 meses até março, a menor taxa desde agosto de 1999, quando ficou em 3,15% em São Paulo. Esta comparação foi apresentada nesta quarta-feira pelo coordenador do índice, Paulo Picchetti. "Fora a inflação de março ter ficado abaixo das previsões, o acumulado em 12 meses, é o menor desde 1999, praticamente coincidindo, com o início do sistema de metas de inflação", comentou Picchetti. Esse sistema foi criado em julho de 1999, mesmo ano em que houve a forte desvalorização cambial no início do período. No acumulado de 2006, a inflação na capital paulista registra uma taxa de 0,62%, também a menor taxa trimestral desde setembro do ano passado (0,53%). Picchetti salientou que, de janeiro a março de 2005, esta taxa acumulada estava em 1,71%. "No mesmo período, tínhamos praticamente o triplo da inflação verificada atualmente", comentou. Previsão para inflação de abril Em abril, a inflação no município de São Paulo deve ficar em 0,10%, segundo cálculos de Picchetti. A exemplo do que ocorreu em março, o preço dos combustíveis e o comportamento dos alimentos serão decisivos para a formação da taxa deste mês. "Está muito difícil fazer uma previsão", ponderou. O coordenador destacou que, desde o final de 2005, os combustíveis vêm pressionando a inflação no município de São Paulo. Primeiro, com reajustes do preço da gasolina no final do ano passado e, a partir de 2006, com o problema de estoques do álcool, que ocasionou o aumento dos preços. Desde então, alternada ou simultaneamente, estes combustíveis têm aparecido na lista das maiores altas individuais do IPC-Fipe. Na ponta ao consumidor, a gasolina subiu de 3,6%, na terceira semana de março, para 3,7% no fechamento do mês. Já o álcool vem desacelerando nesta comparação há duas semanas, mas ainda apresenta uma variação elevada: passou de 17,1% para 13,4% e para 10,6%. "Será difícil saber quais os efeitos da antecipação da entrada da safra da cana-de-açúcar para a inflação de abril", disse. Inflação poderá ficar negativa Ele salientou que, caso esta medida tenha como conseqüência uma queda forte dos preços do álcool, o IPC-Fipe poderá até mesmo ficar negativo em abril. "Na dúvida, estou supondo variação 0% para os combustíveis neste mês", explicou. O mesmo porcentual é esperado por Picchetti para os alimentos, depois da volatilidade mostrada em março pelo grupo, principalmente, pelo segmento dos produtos in natura. Com este cenário de inflação sob controle, Picchetti mantém a estimativa de que a inflação fechará 2006 em 4,5%. "Salvo ocorram chuvas e trovoadas no período", brincou.

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