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Inflação ainda é grande risco global, diz Trichet

Presidente do Banco Central Europeu também alertou para riscos do fracasso das negociações comerciais de Doha e de mudanças nos preços de petróleo

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação ainda é um grande risco global e bancos centrais ao redor do mundo devem permanecer "muito, muito alertas" à questão, afirmou o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet neste sábado. Ele voltou a alertar sobre os riscos inflacionários para a economia global e pediu aos responsáveis pela política monetária que se mantenham atentos. "Nós partimos do princípio que os bancos centrais ao redor do mundo estão fazendo seu trabalho. É verdade que temos credibilidade nessa esfera", afirmou Trichet em um painel de discussão na reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos. Ao mesmo tempo, o presidente do banco europeu se mostrou muito otimista em relação à reativação da economia dos países do euro que, provavelmente, se situará este ano perto de seu potencial de aproximadamente 2% ou um pouco acima. O BCE subiu no ano passado os juros para a zona do euro em cinco ocasiões até os atuais 3,25% e, segundo as previsões dos analistas, a taxa básica voltará a ser aumentada de forma moderada no início de março. Trichet se mostrou "impressionado" com o ritmo de criação de emprego na zona do euro nos últimos oito anos e que, segundo disse, "foi pouco valorizado pelos analistas". A principal autoridade do BCE disse que "a zona do euro criou desde 1º de janeiro de 1999, 12 milhões de novos postos de trabalho, números que são comparáveis com a criação de emprego dos Estados Unidos". Também participou do debate o subsecretário do Tesouro americano, Robert Kimmitt, que disse que as perspectivas econômicas do Governo dos EUA para a maior economia do mundo este ano "são positivas". Kimmitt disse que Washington "espera um crescimento sólido e sustentável em 2007, com uma significativa criação de emprego e uma inflação moderada". O Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou o preço do dinheiro em 17 ocasiões de junho de 2004 até agosto do ano passado, para 5,25%, deixando a taxa básica inalterada desde então devido a alguns sinais de esfriamento do ritmo de crescimento da economia. Doha Trichet também alertou para riscos advindos do fracasso das negociações comerciais de Doha, de mudanças potenciais nos preços de petróleo e de um desenrolar desordenado dos desequilíbrios econômicos globais. "(No comércio), nós não somos fortalezas. Somos abertos. É um risco muito grande, e claro que defendemos o sucesso das negociações (de Doha)", afirmou Trichet. "A questão do petróleo, que ainda está aí, continua sendo um grande risco, e certamente também o desenrolar desordenado de desequilíbrios globais." Questionado sobre o câmbio, Trichet disse que referendaria a última declaração feita pelo G7 - grupo dos sete países mais industrializados do mundo - de que volatilidade excessiva e mudanças desordenadas em taxas de câmbio não são bem-vindas. Notícia ampliada às 12h37 para acréscimo de informações

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