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Inflação ameaça reservas em 60 países, diz FMI

Por AE
Atualização:

A alta dos preços dos alimentos e do petróleo deixou alguns países numa "situação crítica", disse ontem o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. Segundo estudo do Fundo, há 60 países sob risco de acabar com as reservas internacionais se os preços desses itens se mantiverem no nível atual. O estudo cita 18 países africanos em perigo por causa do choque do petróleo e da inflação dos alimentos: Eritréia, Etiópia, Guiné, Libéria, Madagáscar, Malawi, Congo, Zimbábue, Benin, Burkina Fasso, República Centro-Africana, Guiné-Bissau, Mali, Togo, Burundi, Comoros, Gâmbia e Serra Leoa. "Se os preços do petróleo se mantiverem no nível atual e os alimentos continuarem subindo, alguns governos não conseguirão alimentar a população e ao mesmo tempo manter a estabilidade da economia conquistada a altos custos", disse Strauss-Kahn. Segundo ele, os dez últimos anos de boas políticas macroeconômicas estarão ameaçados pela inflação. O barril do petróleo subiu de US$ 30 em 2003 para mais de US$ 140 recentemente. A inflação dos alimentos dobrou desde 2006. Para o Brasil, nos cálculos do Fundo, o impacto da alta dos preços do petróleo e dos alimentos será relativamente pequeno, o equivalente a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no déficit em conta corrente em 2009. Considerando apenas o choque do petróleo, o impacto seria equivalente a 0,4% do PIB, mas a alta dos alimentos será positiva para o País, que é predominantemente exportador (provocaria redução de 0,3% do PIB no déficit). O FMI prevê que o déficit em conta corrente do Brasil será de 1% do PIB, em vez de 0,9% em 2009. A estimativa está desatualizada, já que a maioria dos bancos prevê que o déficit em conta corrente vai ultrapassar os 2,5% do PIB em 2009. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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