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Inflação chega a 11% e assusta os consumidores

Não só a inflação oficial, medida pelo IPCA, calculado pelo IBGE, voltou a subir em novembro, atingindo 1,01% no mês e 10,48% em 12 meses. O Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1), da FGV, registrou alta de 1,06% em novembro e de 11,22% em 12 meses. O Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM), da Ordem dos Economistas do Brasil, alcançou 0,92% no mês passado e 10,2% em 12 meses, mas o responsável pela sua elaboração, o professor da USP José Tiacci Kirsten, prevê que o indicador supere 11% em 2015.

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Por Redação
Atualização:

Já o IGP-DI, da FGV, subiu 1,19% em novembro e 10,21% em 12 meses, abaixo do esperado. Mas é provável que a marca anual volte a subir, pois em dezembro de 2014 o índice registrou alta de apenas 0,38%.

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São escassos os sinais de que o ritmo de elevação dos preços esteja se reduzindo – apesar da recessão, que alcançou tal força a ponto de trazer de volta ao noticiário o termo depressão econômica.

O resultado do IPC-C1 é particularmente amargo porque se trata de um indicador de inflação das famílias com ganhos de até 2,5 salários mínimos, ou R$ 1.970,00 – aí está toda a população de menor renda. O IPC-C1 subiu, em especial, em razão da alta de 2,32% dos preços da alimentação, liderada por hortaliças e legumes (+22,92%). Altas superiores a 40% foram observadas na batata inglesa e no tomate e foi maior que 20% na cebola. O preço do açúcar refinado aumentou 10,19%.

A alimentação subiu 1,72% em novembro no ICVM – ou seja, afetou também as classes média e média alta, com renda de 10 a 39 salários mínimos na cidade de São Paulo. Seguiram-se, por ordem de influência no indicador, transportes (+1,58%) e saúde (+0,91%). Dos 453 produtos pesquisados no ICVM, 74% registraram alta – ou seja, o índice de difusão da inflação foi muito elevado, alcançando três quartos dos itens pesquisados.

Se 2015 foi perdido – o IPCA esperado para 12 meses já é de 10,44% –, as expectativas para 2016 são menos dramáticas (o boletim Focus, do Banco Central, informa que, na média, as estimativas são de alta de 6,70%). Mas, ainda assim, superiores à meta de inflação de 4,5% e até do limite de tolerância, de 6,5%.

Com indicadores de inflação expressivos, a mera atualização monetária de itens como o salário mínimo, benefícios previdenciários, aluguéis e preços de serviços já exercerá forte pressão sobre os índices. O custo de combater a alta de preços continuará sendo alto.