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Inflação da baixa renda já ultrapassa os 10% em 12 meses

Apesar da desaceleração vista em julho, tarifa de energia elétrica foi a vilã da alta dos preços entre as famílias que ganham entre 1 e 2,5 salários mínimos, aponta FGV

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - A inflação percebida pelas famílias de baixa renda subiu 0,68% em julho, taxa menor do que a observada em junho (0,85%), de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 6. O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula altas de 7,94% no ano e de 10,31% em 12 meses. 

No mês de julho, houve uma desaceleração generalizada no índice, o que permitiu que o resultado de julho fosse menor do que o observado em junho. Na esteira de passagens aéreas e roupas mais baratas e de alimentos e medicamentos subindo menos, o IPC-C1 avançou 0,68% no mês passado. O alívio só não foi maior por conta das tarifas de energia elétrica.

Entre os preços de itens pesquisados pela FGV, apenas a conta de luz não deu trégua em julho Foto: Itaci Batista/Estadão

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Por outro lado, com a alta acumulada de 10,31% em 12 meses, é a primeira vez que a inflação percebida pelas famílias de baixa renda chega a dois dígitos. O resultado supera o índice de preços que vale para todas as famílias (até 33 salários mínimos), que subiu 9,61% no período.

Apenas no mês de julho, sete das oito classes de despesa componentes do índice perderam força, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). São elas: Despesas Diversas (2,36% para 0,16%), Vestuário (0,32% para -0,21%), Educação, Leitura e Recreação (0,77% para 0,03%), Alimentação (1,02% para 0,94%), Transportes (0,29% para 0,13%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,64% para 0,42%) e Comunicação (0,37% para 0,08%).

Nestes grupos, os destaques partiram dos itens jogo lotérico (29,26% para 0,00%), roupas (0,38% para -0,18%), passagem aérea (14,09% para -15,92%), alimentos prontos congelados (3,56% para 0,32%), tarifa de ônibus urbano (0,35% para 0,05%), medicamentos em geral (0,41% para 0,22%) e tarifa de telefone residencial (0,25% para -0,26%), respectivamente. 

No sentido contrário, o grupo Habitação (0,97% para 1,18%) ganhou força, diante da tarifa de eletricidade residencial 3,80% mais cara em julho. Como esse item compromete uma fatia maior do gasto das famílias de baixa renda, o IPC-C1 mensal ficou acima da inflação sentida em média pelos brasileiros, que foi de 0,53% no mês passado.

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