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Inflação da caipirinha em SP é a maior entre 5 capitais, diz FGV

Para fazer a bebida, o paulistano está gastando 40% a mais na compra dos ingredientes do que gastava em 2008

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

A disparada no preço do limão em agosto deixou mais amargo, para o bolso do morador de São Paulo, o consumo de uma das bebidas mais açucaradas do País. Para fazer uma caipirinha em casa, o paulistano está gastando, em média, 40% a mais na compra dos ingredientes do que gastava no ano passado. Levantamento especial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito a pedido da Agência Estado, mostra que a variação conjunta de preços de bebidas destiladas (aguardente); açúcar e limão acumula alta de 43,55% em 12 meses até agosto no varejo. A "inflação da caipirinha" caseira em São Paulo também é a maior entre cinco capitais pesquisadas pela FGV para o levantamento.

 

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Para se ter uma ideia da magnitude da inflação dos produtos usados para a caipirinha, essa taxa de elevação de preços é mais de dez vezes maior do que inflação média no varejo em São Paulo, para o mesmo período (4,69%). Segundo o economista da FGV e responsável pelo levantamento, André Braz, houve um aumento significativo no preço do limão em agosto na capital paulista - principal causa do encarecimento da caipirinha caseira na cidade. De acordo com ele, em 12 meses até agosto, o limão no varejo acumula aumento de 72,28% em São Paulo. "O limão está em período de entressafra, e sua oferta é sempre menor nessa época do ano", disse, acrescentando que a menor disponibilidade do produto no mercado acabou tornando-o mais caro para o bolso do consumidor.

 

O aumento no preço do limão puxou para cima o custo da caipirinha caseira em todas as cinco cidades analisadas pela fundação. Braz comentou que o Rio de Janeiro teve a segunda maior taxa de "inflação da caipirinha caseira", com aumento de 36,38% na variação média acumulada em 12 meses, até agosto, dos preços de limão; açúcar e bebida destilado - sendo que somente o limão subiu 53,53% na capital fluminense, no mesmo período. Minas Gerais ocupa a terceira posição, com inflação de 35,08% em 12 meses até agosto nos preços dos produtos usados para elaboração do drink, seguido por Recife (33,84%); e Salvador (22,89%).

 

Braz não acredita que a disparada no preço do limão continue por muito tempo. "O comportamento de preço deste produto é muito volátil", disse, acrescentando que o aumento de preço do item foi concentrado em agosto. "O preço do limão deve cair até o final do ano", afirmou.

 

Embora o limão tenha sido a principal causa da caipirinha mais cara nas capitais, o preço do açúcar pode ter contribuído para o resultado. Na semana passada, a FGV já tinha alertado para a disparada nos preços do açúcar no atacado. Em 12 meses até agosto, o preço do açúcar acumulou alta de 48,49% no setor atacadista, e parte dessa elevação já foi repassada para o varejo, de acordo com a fundação.

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