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Inflação da Copa puxa preços de alimentação fora de casa e eletros

Com as cidades cheias, refeições ficaram 0,96% mais caras, enquanto os refrigerantes avançaram 1,29%

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

Às vésperas da Copa do Mundo, os preços de alguns itens já começam a mostrar influência da proximidade do evento, afirmou nesta sexta-feira, 06, a coordenadora de Índice de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. "As cidades já estão cheias", notou. Segundo Eulina, o efeito mais visível é percebido na alimentação fora do domicílio, que acelerou de 0,57% para 0,91% em maio. As refeições subiram 0,96%, enquanto os refrigerantes fora de casa avançaram 1,29%. Os eletrodomésticos também são impulsionados pela Copa do Mundo, afirmou a coordenadora. Os preços subiram 2,12%, puxados por refrigeradores, fogões e máquinas de lavar roupa. "As vendas desses itens aumentaram", disse Eulina. Os televisores, principal item de desejo das famílias com a chegada da Copa do Mundo (e que têm sustentado a produção da indústria e as vendas do varejo), caíram 0,36% em maio, mas menos do que em abril (-1,19%). "Há muitas promoções de TV", justificou.

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A despeito da pressão esperada sobre as passagens aéreas diante da proximidade do evento, as tarifas recuaram 21,11% em maio. "Chama atenção. Podemos até achar que não era (para estar caindo), mas foi isso que foi medido. As empresas parecem ter deixado as tarifas mais em conta por mais tempo", disse Eulina.

Apesar da alta da alimentação fora de casa e dos eletrodomésticos, o IPCA sofreu desaceleração em maio, fechando em 0,46%.Em 12 meses, porém, o índice de preços se aproximou do teto da meta do governo. O IPCA registrou alta de 6,37% em 12 meses, porcentual maior do que o verificado em abril, quando estava em 6,28%. O teto da meta da inflação é de 6,5%.

Energia mais cara. A alta de 3,71% da energia elétrica no IPCA de maio foi a mais intensa para o item desde maio de 2003, quando subiu 6,45%. Com o resultado, a tarifa de energia elétrica contribuiu sozinha com 0,10 ponto porcentual da alta de 0,46% observada no mês passado.

Em abril, as tarifas de energia elétrica haviam subido 1,62%, mas a alta se intensificou devido a impactos de reajustes em diversas regiões metropolitanas do País. As elevações foram de 16,65% em Recife, 12,96% em Fortaleza, 12,82% em Salvador, 10,27% em Campo Grande, 5,05% em Porto Alegre e 4,37% em Belo Horizonte. Além disso, Rio de Janeiro e Belém, bem como Campo Grande foram afetadas por aumento de impostos (PIS/Cofins) incidentes sobre a tarifa de energia elétrica residencial.
"Foi o principal impacto do mês de maio, com reajustes em várias regiões, e foram altas relativamente fortes. Algumas também tiveram aumentos pesados nos impostos", notou a coordenadora de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.

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