Publicidade

Inflação de maio nos EUA reduz apreensões com deflação

Por Agencia Estado
Atualização:

Os riscos de deflação na economia norte-americana estão ficando menores. A conclusão resulta do índice de preços aos consumidores (CPI, na sigla em inglês), divulgado hoje pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos. O índice ficou inalterado em maio, rompendo uma seqüência de dois meses em queda. O núcleo do índice, que expurga os itens relacionados ao grupo de alimentos e energia, apresentou a maior alta em 10 meses, subindo 0,3%. Os números surpreenderam positivamente os analistas de Wall Street, já que a preocupação atual nos Estados Unidos não é com inflação, mas sim deflação. Os analistas projetavam um declínio de 0,1% do índice geral e aumento de apenas 0,1% para o seu núcleo. O levantamento é o primeiro a sugerir que os preços estão se estabilizando no mercado norte-americano, desanuviando as apreensões provocadas pelo índice de preços ao produtor (PPI) e pelo preço das importações, que foram divulgados na semana passada e mostraram queda em maio. Desde que a economia desacelerou-se em 2001, o Federal Reserve promoveu 12 cortes nas taxas de juros, derrubando a taxa dos Federal Funds para 1,25%, menor nível em 42 anos. O Congresso também agiu, aprovando o maior corte de impostos da história dos Estados Unidos. Mas a economia não deu sinais de que estava saindo do caminho da UTI. A taxa de desemprego bateu 6,1% em maio, abalando a confiança dos consumidores dos EUA. Esse quadro dificultou o ambiente para alta de preços e, ao contrário, motivou as empresas a colocarem produtos mais baratos no mercado para manterem os consumidores ativos, despertando preocupações de que um quadro deflacionário se instalasse na economia, o que representaria um grande risco para a economia norte-americano. O dado divulgado hoje, no entanto, desanuvia essas apreensões. Ganho médio sobe Em levantamento separado, o Departamento do Trabalho informou que o ganho médio semanal dos trabalhadores norte-americanos aumentou em 0,5% em maio, em termos reais, após o aumento de 0,3% no ganho médio por hora e o declínio de 0,1% dos preços para os assalariados e trabalhadores em escritórios na zonas rurais. Produção industrial sobe A produção industrial norte-americana subiu 0,1% em maio, informou o Federal Reserve. Em abril, a produção caiu 0,6%, dado revisado de estimativa inicial de 0,5%. A previsão dos analistas era de que a produção ficasse inalterada. Obras residenciais O nível da atividade no setor de construção norte-americano superou as estimativas em maio, mostrando que o segmento continua aquecido. O número de obras de imóveis residenciais iniciadas em maio cresceu 6,1%, para a média anual sazonalmente ajustada de 1,732 milhão de unidades, informou o Departamento do Comércio. Em abril, segundo dados revisados, houve queda de 6,3% nas obras iniciadas, para a média de 1,632 milhão. Anteriormente, foi estimada retração de 6,8% nas obras iniciadas em abril. A alta em maio superou as estimativas dos economistas, de que avançasse 5,5%, para 1,720 milhão. As taxas de juro historicamente baixas para o setor imobiliário continuam sustentado a atividade no segmento de construção. As permissões concedidas para novas obras, indicador da atividade no futuro, subiu pelo segundo mês consecutivo, em 3,7% em maio, para a média anual 1,788 milhão de unidades. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.