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Inflação de setembro deve cair para 0,3%, prevê Fipe

Por Agencia Estado
Atualização:

O custo de vida na cidade de São Paulo medido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) deverá recuar para cerca de 0,3%, conforme previsão inicial feita pelo coordenador do índice, Heron do Carmo. Se essa estimativa for confirmada, a taxa média de inflação deste mês ficará 0,71 ponto porcentual abaixo da taxa de 1,01% apurada em agosto. A expectativa da Fipe para a redução do ritmo de alta nos preços do varejo está baseada na saída da pressão de energia elétrica e de telefonia na composição do índice. Essas duas tarifas sozinhas responderam por 0,57 ponto porcentual de toda a inflação apurada em agosto. "Excluindo energia elétrica e telefonia fixa, o índice cairia para 0,5%. A minha previsão de 0,3% para setembro é uma taxa de referência e está condicionada ao comportamento dos grupos do decorrer do mês", disse Heron, acrescentando que continua mantendo a previsão de 4,5% ao ano, o que o leva crer que nos próximos meses o IPC-Fipe não ficará muito acima de 0,5%. No acumulado do ano até agosto, o IPC já registra uma variação de 3,03%. São Paulo Heron reiterou que a taxa de inflação na cidade de São Paulo continua obedecendo uma trajetória de queda. Em agosto, segundo dados divulgados hoje pela fundação, o IPC-Fipe registrou uma variação média de 1,01%. Isso representa um aumento de 0,34 ponto porcentual acima da taxa de 0,67% apresentada em julho. Numa análise de longo prazo, segundo Heron, os dados mostram que a inflação se mantém em queda. Em agosto de 2000, o IPC-Fipe registrou na capital paulista uma taxa positiva de 1,55%. No mesmo período do ano passado a inflação caiu para 1,15% e agora, em agosto de 2002, para 1,01%. "Devemos lembrar que julho e agosto passaram a ser os meses de pico para a inflação, uma vez que depois do Plano Real as tarifas públicas começaram a ser reajustadas nestes períodos." Heron voltou a minimizar o impacto do câmbio sobre a inflação. Segundo ele, alguns produtos, como higiene e beleza, itens de limpeza e alimentos, sofreram impacto da desvalorização cambial, mas isso não determinou o aumento da inflação. Os principais vilões da alta da inflação no mês de agosto continuam sendo a entressafra e os reajustes elevados da tarifas públicas. O economista destacou o aumento da tarifa energia elétrica (10,24%), telefone fixo (7,18%), pão francês (6,89%), óleo de soja (10,85%), carnes bovinas (4,7%), feijão (6,8%) e frango (6,20%). "A variação do câmbio este ano deverá afetar mais a inflação de 2003", prevê.

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