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Inflação desacelera em agosto e fica em 0,05%

A forte desaceleração do IPCA ante julho, quando ficou em 0,19%, surpreendeu os analistas, que estimavam um piso de 0,15% para o índice

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu no mês de agosto, tomando como base julho. O dado, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a taxa passou de 0,19% para 0,05%. Com a queda acentuada, o resultado ficou bem abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE-Projeções, que era de 0,15% (o teto era de 0,24% e a mediana das previsões era 0,20%). O índice acumula alta de 3,84% em 12 meses,menor variação apurada no IPCA desde junho de 1999 (3,32%) e bem abaixo da meta de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional. Até agosto, a inflação acumulada fica em 1,78%. A queda nos preços da gasolina (-0,40%) e do álcool (-0,80%) foi o principal fator responsável pela forte desaceleração no IPCA de um mês para o outro. O grupo Transportes registrou deflação de 0,32%, sob influência também da desaceleração nos reajustes das tarifas de ônibus interestaduais (de 6,64% em julho para 1,02% em agosto) e de ônibus intermunicipais (de 3,14% em julho para 0,96% em agosto). Houve deflações em outros itens importantes em agosto, como passagens aéreas (-1,97%), automóveis novos (-0,60%), telefone fixo (-0,54%) e energia elétrica (-0,16%) e remédios (-0,14%). O grupo Alimentação e Bebidas ficou estável (leve alta de 0,07%). Apesar de os dados do IPCA de agosto mostrarem vários itens em deflação, a taxa foi positiva especialmente por causa da estabilidade deste grupo e do reajuste dos empregados domésticos (2,26%, ainda refletindo o reajuste do salário mínimo). Diferença Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a diferença entre as projeções do mercado financeiro e o resultado efetivo do IPCA de agosto pode ser explicada pela desaceleração que ocorreu nos preços da Alimentação entre a divulgação do IPCA-15 e do IPCA. Ela sublinhou que o IBGE não comenta projeções de mercado, mas admitiu que a redução da alta do grupo de alimentos, de 0,18% no IPCA-15 para 0,07% no IPCA pode ter levado a taxa de agosto a uma variação menor do que a prevista pelos analistas. Eulina disse ainda que é possível que os analistas esperassem também uma continuidade nos reajustes dos combustíveis apurados em julho e que não se confirmaram em agosto. Ela não acredita que a mudança de metodologia no cálculo do IPCA em vigor desde julho tenha alguma relação com a discrepância nas projeções. "Na verdade, é natural que em alguns meses haja alguma discrepância", afirmou. Setembro As únicas pressões já conhecidas para o IPCA de setembro são o reajuste da taxa de água e esgoto em São Paulo (6% em 31 de agosto) e da energia elétrica em Brasília (7,5%), segundo adiantou a coordenadora do IBGE. Além disso, segundo ela, a taxa de setembro vai depender do comportamento de alimentos e combustíveis. Os preços dos alimentos ficaram estáveis em agosto, enquanto os combustíveis registraram deflação. INPC O INPC, índice que apura a inflação para camada de renda mais baixa da população, ficou em -0,02% em agosto, ante +0,11% em julho. Acumula no ano alta de 1,16% e em 12 meses, de 2,85%. Matéria alterada às 12h05 para acréscimo de informações

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