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'Inflação do aluguel' desacelera alta para 0,28% em agosto ante julho, diz FGV

Resultado do IGP-M, índice usado de referência para contratos de aluguel, ficou acima das projeções do mercado; queda no preço dos alimentos in natura influenciou desaceleração

Por Mário Braga
Atualização:

Atualizado às 9h27

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SÃO PAULO - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou de 0,69% em julho para 0,28% em agosto, divulgou nesta sexta-feira, 28, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado do IGP-M de agosto ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pela Agência Estado, que iam de 0,17% a 0,33%, e acima da mediana encontrada, de 0,22%. A variação acumulada do IGP-M no ano é de 5,34% e, nos 12 meses até agosto, de 7,55%.

Na passagem de julho para agosto, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) desacelerou de alta de 0,73% para 0,20%, com forte contribuição do grupo Bens Finais, que passou de alta de 0,46% para deflação de 0,76% no período. Influenciou no resultado o comportamento do subgrupo alimentos in natura (de 0,96% para -8,51%). O índice de Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, teve avanço de 0,16%, ante alta de 0,46% em julho.

O subíndice de alimentos in natura passou de 0,96% em julho para -8,51% em agosto Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

O grupo Matérias-Primas Brutas, que passou de alta de 1,57% para elevação de 0,64% no período também contribuiu para o movimento de desaceleração do IPA. No estágio inicial da produção, os principais responsáveis pela diminuição do ritmo de alta foram minério de ferro (de 3,09% para -3,36%), bovinos (de -1,32% para -2,92%) e leite in natura (de 2,41% para 0,47%). Contudo, foi registrada aceleração em itens como café em grão (de -0,12% para 5,13%), soja em grão (de 5,26% para 5,76%) e laranja (de -2,56% para 1,19%).

 Em deflação, encabeçam a lista de maiores influências de baixa no IPA de agosto batata-inglesa (de 7,54% para -31,12%), bovinos (de -1,32% para -2,92%), minério de ferro (de 3,09% para -3,36%), tomate (de -12,19% para -14,67%) e mamão (de 17,84% para -24,04%).

Já as maiores influências de alta foram soja em grão (de 5,26% para 5,76%), farelo de soja (de 6,08% para 8,94%), café em grão (de -0,12% para 5,13%), milho em grão (de 2,33% para 3,40%) e aves (mesmo desacelerando, de 5,18% para 2,74%).

Alimentos. A principal contribuição para a desaceleração registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apurado para composição do IGP-M veio do grupo Alimentação. De julho para agosto, o IPC desacelerou de 0,60% para 0,24%. No mesmo período, Alimentação saiu de 0,99% para 0,01%, puxado pelo comportamento do item hortaliças e legumes (de 0,31% para -7,44%).

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Segundo a FGV, também foi registrado decréscimo nas taxas de variação de outras quatro classes de despesas. O grupo Habitação passou de 0,94% para 0,47%, influenciado por tarifa de eletricidade residencial (de 2,25% para 0,89%); Vestuário desacelerou de 0,29% para -0,38%, puxado por roupas (de 0,34% para -0,52%); em Despesas Diversas, que passou de 0,52% para 0,08%, a principal contribuição foi dejogo lotérico (de 1,58% para 0,00%); no grupo Comunicação, cuja taxa passou de 0,37% para 0,17%, a maior contribuição veio de tarifa de telefone móvel (de 0,67% para 0,06%). 

Construção. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou de 0,66% em julho para 0,80% em agosto. O grupo relativo a Mão de Obra teve variação de 1,27%, contra 0,17% em julho. Já Materiais, Equipamentos e Serviços foi para 0,27% ante 0,17% no mês anterior.

Entre as maiores influências de alta do INCC-M de agosto estão ajudante especializado (de 1,06% para 1,43%), servente (de 1,14% para 1,34%), pedreiro (de 1,17% para 1,28%), carpinteiro (mesmo desacelerando de 1,18% para 1,12%) e projetos (de 0,36% para 1,31%).

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