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Inflação dos alimentos afeta comércio varejista em abril

Vendas dos supermercados caem 0,1% em abril ante março e aumentam apenas 0,6% ante abril de 2007

Por Jacqueline Farid e da Agência Estado
Atualização:

A inflação dos produtos alimentícios impediu um crescimento maior nas vendas do varejo em abril, de acordo com o técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira. Segundo ele, o segmento de maior peso na pesquisa (30%), que é o grupo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve os resultados afetados em abril por causa dos aumentos que vêm sendo apurados nos preços dos alimentos.   Veja também: Venda de carros cresce 30% e puxa varejo Entenda a crise dos alimentos  Entenda os principais índices de inflação   As vendas desse grupo caíram 0,1% em abril ante março e registraram variação de apenas 0,6% na comparação com abril do ano passado, resultados bem abaixo dos apurados na média do varejo, de 0,2% ante março e 8,7% na comparação com igual mês do ano passado. "A inflação dos alimentos afetou os resultados do varejo em abril, já que hiper e supermercados têm um peso muito forte (na pesquisa)", disse.   Segundo o IBGE, as vendas do comércio varejista cresceram 8,7% em abril ante o mesmo mês do ano passado. As expectativas iam de 6% a 11,20%, com mediana de 9,20%. Entre os segmentos, a maior variação nas vendas, na mesma base de comparação, foi apurada em veículos e motos, partes e peças (29,2%); seguido por móveis e eletrodomésticos (27,8%). O mesmo se repete na comparação com março: veículos e motos (2,7%); seguido de equipamentos de informática (2,0%).   Por outro lado, o pior desempenho, na comparação com abril de 2007, foi apurado exatamente em hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%). Já ante março, a menor variação ocorreu em outros artigos de uso pessoal e doméstico (que inclui lojas de departamento e teve variação de -1,0%). Porém, Pereira sublinhou que os reajustes nos alimentos não foram o único fator a influenciar as vendas de hiper e supermercados. Houve também o chamado "efeito Páscoa". Em 2007 a Páscoa foi comemorada em abril e, portanto, os resultados de abril de 2008 - ano em que a Páscoa foi em março - foram influenciados por uma base de comparação elevada no ano passado. Ao contrário, os resultados de março deste ano - quando o varejo registrou alta de 11% ante março de 2007 - tiveram impacto da base mais baixa do ano passado, quando não houve a data comemorativa.   Móveis e eletrodomésticos   O segmento de móveis e eletrodomésticos, com expansão de 27,8%, respondeu por 4 ponto porcentual, ou 46% do crescimento de 8,7% nas vendas do comércio varejista em abril ante igual mês do ano passado, segundo observou Pereira.   Segundo ele, ao contrário do que ocorreu com as vendas de hiper e supermercados, afetadas negativamente pela alta de preços, o desempenho de móveis e eletrodomésticos foi impulsionado exatamente pelos preços baixos que vêm sendo apurados nesses produtos, favorecidos pelo câmbio e a facilidade de importação de produtos e matérias-primas.   Além disso, de acordo com Pereira, as vendas de bens duráveis continuam muito estimuladas pelo crédito e o alongamento dos prazos de financiamento. Na comparação com março, as vendas de móveis e eletrodomésticos aumentaram 0,9% em abril.

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