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Inflação dos alimentos registra a maior alta para janeiro desde o início do Plano Real

Os preços deste grupo subiram 2,28% em janeiro; no acumulado dos últimos 12 meses, os alimentos estão 12,9% mais caros

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:
Considerando todos os meses, o resultado para alimentação em janeiro foi o pior desde dezembro de 2002 Foto: Marcelo Camargo/ABr

RIO - A alta generalizada nos preços dos alimentos em janeiro contribuiu para que o grupo Alimentação e Bebidas tenha registrado o maior resultado para o mês de todo o período do Plano Real, com alta de 2,28% nos preços. O maior nível até então - da série histórica iniciada em 1995 - era o de janeiro de 2003, quando os alimentos subiram 2,15%.

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"O maior resultado era 2003 (para meses de janeiro), quando se refletiu a pressão do câmbio", explicou a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. "Foi o maior aumento para alimentos em janeiro de todo o Plano Real", confirmou.

Segundo o IBGE, considerando todos os meses, o resultado para alimentação em janeiro foi o pior desde dezembro de 2002, quando o grupo atingiu 3,91%. Considerando os últimos doze meses, os preços dos alimentos estão 12,90% mais caros.

Em janeiro, a alta chegou a 3,66% em Vitória, 3,60% em Salvador e 3,22% em Goiânia, as três maiores variações do País. A região de Porto Alegre teve o aumento mais modesto, de 1,20%. "A alta foi generalizada", declarou a coordenadora do IBGE.

Os produtos comprados para consumo em casa ficaram 2,89% mais caros, enquanto a alimentação fora de casa subiu 1,12% em janeiro. Os aumentos mais expressivos foram registrados na cenoura (32,64%), tomate (27,27%), cebola (22,05%) e batata-inglesa (14,78%).

Eulina explica que o clima adverso provocado pelo fenômeno El Niño, a valorização do dólar e o encarecimento do frete estão por trás dos reajustes.

"Em algumas (regiões) foi a seca que prejudicou a lavoura, em outras foi a chuva. Além disso, tem a questão do diesel (mais caro), que aumenta o frete e o custo, e o dólar (com valorização ante o real), que aumenta fertilizantes, máquinas, custo de produção", enumerou a pesquisadora.

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A coordenadora lembrou ainda que alguns pedágios foram reajustados e outros foram criados. Outra explicação seria a maior atratividade das exportações por causa do dólar em alta, o que restringe a oferta de produtos no mercado interno e sustenta preços em patamares elevados. "Então este ano tem um conjunto de fatores que fazem com que esses preços de alimentos estejam altos", concluiu Eulina. 

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