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Inflação é a maior ameaça, diz Meirelles ao FT

Por Daniela Milanese
Atualização:

A inflação é a maior ameaça enfrentada pelo Brasil e o resto do mundo, afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao jornal britânico Financial Times. Conforme a versão eletrônica da publicação, Meirelles fez um apelo aos outros bancos centrais, para que se juntem à tarefa de manter os preços internacionais sob controle. "A maior preocupação para o Brasil e o resto do mundo nos próximos 12 meses é a inflação", afirmou. Segundo ele, há risco de que os preços dos alimentos e das matérias-primas (commodities) continuem subindo. "Se cada banco central decidir que esse é um problema para os outros países, ninguém vai fazer nada e haverá inflação pelo mundo todo." No entanto, o presidente do BC disse estar confiante de que as demais autoridades monetárias agora voltarão suas atenções para combater o desafio da inflação. "O importante é que agora nós estamos vendo as autoridades em geral tomando uma atitude diferente, o que é bem-vindo", disse, em entrevista concedida em São Paulo. Selic O FT lembrou que o BC brasileiro começou a elevar a taxa básica de juros, a Selic, em abril deste ano, com um aumento de 0,5 ponto porcentual, depois de dois anos de desaperto. Em junho, o juro subiu novamente mais 0,5 ponto porcentual, para os atuais 12,25% ao ano. Conforme o jornal, muitos ficaram surpresos com o fato de o BC já iniciar o processo de alta com uma elevação de meio ponto. Mas Meirelles afirmou que, em razão dos recentes aumentos de preços, poucos economistas acham que o Banco Central tem sido excessivamente agressivo. Segundo ele, não é possível prever quanto tempo o ciclo de aperto vai durar. "Nós temos que tomar cuidado com o balanço entre oferta e demanda para ter certeza que os aumentos de preços no atacado não serão repassados ao varejo", afirmou. Segundo ele, já há evidências de uma inflação mais espalhada pelo varejo nas últimas semanas. O presidente do BC avalia ainda que o governo brasileiro está atento sobre a necessidade de maiores restrições aos gastos públicos.

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