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Inflação é foco de atenção para investimentos

Para escolher uma aplicação, o prazo e a tolerância ao risco sempre foram focos de atenção. Analistas enfatizam que, nesse momento de alta dos preços, tentar acompanhar a escalada dos índices inflacionários passou a ser mais uma preocupação relevante e a postura de cautela deve ser ainda mais forte.

Por Agencia Estado
Atualização:

Nas decisões sobre investimentos, o prazo para a aplicação e a tolerância que se tem ao risco sempre foram focos de atenção. Analistas enfatizam que, nesse momento de alta dos preços, tentar acompanhar a escalada dos índices inflacionários passou a ser mais uma preocupação relevante e a postura de cautela deve ser ainda mais forte. O fato é que, com o dólar em alta, produtos e insumos importados ficaram mais caros, influenciando o comportamento da inflação e, para manter o poder de compra, investidores têm buscado ativos indexados aos índices de inflação. Dados do site Fortuna mostram que, desde junho até meados de novembro, os fundos IGP-M disponíveis no mercado já captaram R$ 5,2 bilhões (veja mais informações nos links abaixo). Para a diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Planejadores Financeiros, Márcia Dessen, essa é uma boa alternativa de aplicação nesse momento de pressão de alta sobre os índices de inflacionários. "Os fundos IGP-M representam uma forma eficiente para que o investidor proteja seus recursos da deterioração de valor provocada pela alta da inflação", afirma. Mas, segundo ela, essa é uma recomendação válida apenas para quem tem horizonte de investimento de longo prazo, o que ela considera um período superior a dois anos. "Colocar recursos nessas carteiras, já pensando em sacá-los para quitar dívidas mensais pode ser um péssimo negócio, devido às características dos papéis que compõem esses fundos", avalia. Os fundos IGP-M são formados, em grande parte, por Notas do Tesouro Nacional (NTN-C), que pagam como rentabilidade a variação do Índice Geral dos Preços de Mercado (IGP-M) mais uma taxa de juros (cupom). São papéis de longo prazo, com vencimento a partir de 2005 e, portanto, estão mais sujeitas às oscilações. Vale destacar que o ganho dessas carteiras não reflete fielmente a variação do Índice, já que a sua rentabilidade depende, além da variação do IGP-M, do comportamento do cupom. Trata-se de uma taxa de juros que funciona como um desconto para o valor do papel. Se a perspectiva é de alta da inflação, a atratividade do título é maior e, portanto, para negociá-lo, o cupom será pequeno. Ou seja, o valor do papel é maior (veja mais informações sobre esses fundos nos links abaixo). Postura conservadora é a recomendação O economista-chefe do ABN Amro Asset Management, Hugo Penteado, avalia que a postura conservadora é a melhor atitude nesse momento. "Se a inflação continuar subindo e os juros também, os fundos com juros pós-fixados estarão entre as opções mais vantajosas para quem quer estar livre de riscos", avalia Penteado. Para o diretor de fundos do BNL Asset Management, Claudio Lellis, a opção por fundos referenciados DI (pós-fixados) é a melhor alternativa nesse momento em que o investidor deve adotar uma postura conservadora. "Se há a possibilidade de os juros voltarem a subir, quem estiver posicionado nessa carteira verá seus rendimentos acompanhando essa tendência", afirma. Apostas mais arriscadas Já quem tem tolerância ao risco e quer diversificar parte de sua carteira de aplicações pode optar por colocar parte do seu dinheiro na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Há muitas ações com preços depreciados e com boas chances de recuperação. Márcia Dessen destaca que apenas uma parte dos recursos deve ser direcionada para a aplicação em Bolsa. Além disso, segundo ela, um retorno sobre a aplicação não deve ser esperado no curto prazo. "O investidor deve ter disponibilidade de tempo para esperar uma recuperação das ações", afirma. Vale destacar que os investidores que não têm conhecimento suficiente para montar uma carteira de papéis de empresas podem optar por fundos de ações. Nessa aplicação, a escolha dos papéis fica por conta do gestor. O investidor tem a possibilidade de optar pelo perfil da carteira, como um fundo Ibovespa ou um fundo setorial, mas a composição do fundo é determinada pelo gestor, que cobra uma taxa de administração por esse trabalho. As aplicações atreladas ao dólar são consideradas muito arriscadas nesse momento, já que a moeda norte-americana ainda está em um patamar elevado e há muitas incertezas em relação ao comportamento da moeda norte-americana para os próximos meses. "Mas, para quem tem dívidas em dólar, essa opção é obrigatória", avalia Márcia Dessen. Veja mais informações sobre a decisão do Copom no link abaixo.

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