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Inflação e títulos cambiais testam humor do mercado

Por Agencia Estado
Atualização:

O relativo otimismo que tem dominado os negócios no mercado brasileiro será posto à prova nesta semana. Um dos principais testes para o bom humor dos investidores começa amanhã, com a primeira tentativa do Banco Central (BC) de rolar US$ 2,3 bilhões de títulos e contratos cambiais que vencem no dia 2. Outro possível foco de tensão é a divulgação de três índices de preços nos próximos dias, que, segundo analistas, devem confirmar a recente escalada da inflação. O dólar, que atingiu R$ 4 em 10 de outubro, recuou com força nas últimas semanas, oscilando entre R$ 3,50 e R$ 3,65. O discurso moderado de integrantes do PT acalmou o mercado, abrindo espaço para a volta do dinheiro especulativo, que vem ao País para aproveitar a diferença entre os juros internos e externos. O êxito do BC na rolagem mais recente de papéis cambiais se deveu em boa parte à entrada desse capital arisco. Amanhã, a autoridade monetária vai ofertar 19.100 contratos cambiais, com três vencimentos diferentes, para rolar os US$ 2,3 bilhões de papéis que vencem no dia 2. Se o BC conseguir substituir a maior parte desses títulos, a pressão sobre o câmbio deve ser menor, que até agora não conseguiu romper o suporte de R$ 3,50. Para alguns analistas, o dólar só cairá consistentemente abaixo desse nível depois da divulgação dos nomes da equipe econômica do futuro governo - e, claro, se esses nomes agradarem ao mercado. Inflação - A alta da inflação, principalmente por causa do repasse da alta do dólar para os preços, tem preocupado os analistas. Nesta semana, serão divulgados três índices bastante importantes. Na terça-feira é a vez do IPCA-15, do IBGE. O BBV Banco estima uma alta de 1,5%, refletindo em parte o recente aumento dos combustíveis. Na quarta-feira, sai a terceira prévia do IPC da Fipe, que, segundo o BBV, deve ficar na casa de 2%, também por causa do reajuste dos combustíveis. Na quinta-feira, a FGV vai divulgar o IGP-M de novembro. O BBV aposta numa variação de 4,6%, que, se confirmada, será a maior alta desde agosto de 1994. Se os índices ficarem muito pressionados, as projeções de juros podem subir, aumentando a instabilidade no mercado. Os analistas também vão ficar atentos à divulgação amanhã da pesquisa semanal do BC feita com 124 instituições, de olho nas expectativas do mercado para a inflação. A piora das expectativas foi o principal motivo para o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar os juros básicos na semana passada, de 21% para 22% ao ano. A ata da reunião do Copom será divulgada na quarta-feira. No cenário externo, os destaques são a divulgação do índice de confiança do consumidor americano de novembro, terça-feira, quando também será divulgado os números sobre o PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre. Na quarta-feira, sai o Livro Bege, o diágnóstico do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a economia.

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