O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou que a inflação de 2002 não ultrapassará os 5,5%, teto da meta de inflação estipulada pelo governo para este ano. A meta definida para 2002 é de uma inflação de 3,5% do IPCA, com margem de variação de dois pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Durante entrevista sobre a segunda revisão do acordo firmado entre o Brasil e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o diretor do BC admitiu que a variação do IPCA acumulado em 12 meses, terminados agora em março, poderá ficar acima de 6,8%. No acordo com o FMI, o centro da meta de inflação é diferente do usado pelo BC internamente. No caso do Fundo, o centro da inflação é de 5,8%, com margem de variação de dois pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Ilan garantiu que a inflação acumulada até março ficará abaixo de 7,8%, ou seja, dentro da margem de variação firmada com o FMI. Goldfajn não concorda que a variação acumulada em 12 meses do IPCA, agora em março, atinja os 7,7%, como vêm sendo previsto por alguns agentes do mercado financeiro brasileiro. Para o diretor, a partir de abril a projeção do governo é de que a inflação seguirá uma tendência de queda. "Temos que então avaliar se essa queda será suficientemente forte para ficarmos próximos do centro da meta", disse. O diretor do BC alegou ainda que os aumentos de preços de combustíveis ocorridos até agora fazem parte da política de liberação de preços determinada pelo governo desde o início deste ano. "A frequência agora é maior, tanto de subida ou descida (dos preços), teremos que aprender a conviver com isso", disse. Apesar dos aumentos, Ilan ressaltou que nada assegura que no futuro não haverá uma queda nos preços dos combustíveis.