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Inflação em abril não é baixa, apesar da desaceleração, diz IBGE

Para coordenadora do instituto, taxa de 0,71% do mês passado 'de jeito nenhum é uma inflação baixa'; preço de energia ainda acumula alta de quase 60% nos últimos 12 meses

Por Idiana Tomazelli
Atualização:
Preço de energia ainda acumula alta de quase 60% nos últimos 12 meses Foto: Marcelo Min/Estadão

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Atualizada às 13h

RIO - A desaceleração da inflação em abril não indica que a inflação está baixa, avaliou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, os aumentos expressivos já ocorridos na energia elétrica nos últimos 12 meses (59,93%) acabam interferindo nos preços de outros itens na economia.

"De jeito nenhum é uma inflação baixa", afirmou Eulina sobre a alta de 0,71% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado. Em março, a taxa havia sido de 1,32%. A coordenadora lembrou, porém, que a inflação se manteve acima de 1%, pressionada pela energia, pelos combustíveis e pelas tarifas de ônibus urbano.

"Esses itens, principalmente energia e combustíveis, disseminam aumentos", explicou Eulina. Segundo ela, produtores de tomate têm atribuído altas no produto ao aumento com o custo de energia. Só no IPCA de abril, o tomate ficou 17,90% mais caro, também por conta da seca e do aumento em taxas de água e esgoto.

"Esse é um conjunto de fatores que está aparecendo nesse índice agora", afirmou Eulina.

Projeções.

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A inflação de maio deve ser pressionada por reajustes em tarifas de água e esgoto e energia elétrica, além do aumento nos valores das apostas para jogos de azar, segundo Eulina Nunes dos Santos. O reajuste nos preços de medicamentos também pode ter algum impacto residual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste mês.

Uma das principais contribuições, segundo Eulina, virá dos jogos lotéricos, cujos aumentos vão de 30% até 100% no valor da aposta. "Como eles vão começar a vigorar na última semana de maio, teremos mais ou menos um quarto do impacto neste mês e três quartos na inflação de junho", disse a coordenadora.

O IBGE, porém, não divulga quais jogos integram o índice, nem quais são os pesos de cada um dentro do subitem. "São basicamente jogos da Caixa, os mais importantes. Mas as composições dos subitens são protegidas por sigilo", explicou. Além dos jogos de azar, o IPCA de maio trará impactos de preços administrados. A taxa de água e esgoto subirá 4,5% no Rio de Janeiro a partir de 22 de maio e avançará 15,03% em Belo Horizonte após 13 de maio.

Já o item energia elétrica deve trazer impactos de reajustes em pelo menos quatro regiões: Belo Horizonte (alta de 6,56% a partir de 08 de abril), Recife (aumento de 11,13% a partir de 29 de abril), Fortaleza (avanço de 8,58% a partir de 22 de abril) e Salvador (alta de 10,34% em 22 de abril). O IPCA de maio também vai incorporar o aumento de 17,42% nas tarifas de táxi em Belém.

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