
21 de novembro de 2013 | 12h44
Para Fernandes, as três altas seguidas na comparação com meses anteriores podem ser vistas como "recuperação". O processo de piora foi interrompido em setembro, quando o ICF subiu 2,3% ante agosto. Em seguida, em outubro, teve alta de 0,1%, na mesma base de comparação, até chegar a 1,7% de novembro ante outubro.
Ainda assim, a queda de 3,9% em relação a novembro de 2012 significou apenas uma desaceleração nos recuos. Em setembro, a queda em relação a igual mês do ano passado foi de 7,0% e, em outubro, 6,3%.
Segundo o economista, mesmo com a melhoria no quadro da inflação, três fatores seguem influenciando as intenções de consumo, na comparação com 2012, principalmente de bens duráveis. O mais importante é a elevação do custo de crédito, na esteira da elevação da taxa básica de juros (Selic). Há um ano, a taxa estava em 7,25%, 2,25 pontos porcentuais abaixo dos 9,50% de hoje.
Em seguida, vêm a mudança no nível de câmbio e seus reflexos na inflação. Há um ano, o dólar oscilava entre R$ 2,00 e R$ 2,10 e, agora, está em torno de R$ 2,30.
Por fim, este ano os estímulos ao consumo, por meio de isenções fiscais, são poucos ou foram retirados. No mês passado, o governo recompôs a alíquota o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de produtos como refrigeradores, lavadoras semiautomáticas e fogões, por exemplo.
O subíndice "Momento para Duráveis" foi o único dos sete componentes do ICF a apresentar queda (0,2%) em novembro na comparação com outubro. Em relação a novembro de 2012, o tombo foi de 9,0%.
"Os bens duráveis vinham num processo de deflação ao longo dos anos e isso acabou", afirma Fernandes, lembrando que o principal efeito do câmbio sobre a intenção de consumo das famílias está nos preços desses produtos. Ainda assim, segundo o economista da CNC, o custo mais elevado do crédito é o principal motivo para a piora no ICF.
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