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Inflação na cidade de São Paulo acelera em dezembro e fecha 2016 com alta de 6,54%

Alta nos preços de alimentos foi um dos componentes que pressionaram o índice no último mês do ano, que subiu 0,72%, segundo a Fipe

Por Sergio Caldas e Maria Regina Silva
Atualização:
Apenas em dezembro, os preços de Alimentação tiveram alta de 0,27% Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

SÃO PAULO - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,72% em dezembro, apontando significativa aceleração ante novembro, quando registrou alta de 0,15%, segundo pesquisa divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

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O resultado do IPC-Fipe de dezembro veio acima das expectativas de dez instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, que previam alta de 0,33% a 0,65%. Na terceira quadrissemana de dezembro, o índice mostrou acréscimo de 0,46%.

Em 2016, o IPC-Fipe acumulou inflação de 6,54%, bem abaixo da taxa de 11,07% observada em 2015. O número, porém, também superou as previsões, que eram de avanço de 6,13% a 6,47%.

Apenas em dezembro, os preços de Alimentação tiveram alta de 0,27%, revertendo queda de 0,92% verificada em novembro. Além disso, os custos de quatro dos sete componentes do IPC subiram com mais força no mês passado. Foi o caso de Habitação (de +0,34% em novembro para +0,86% em dezembro), Transportes (de +0,42% para +0,53%), Despesas Pessoais (de +0,79% para +1,18%) e Vestuário (de +1,05% para +1,83%).

Por outro lado, os custos de Saúde avançaram em ritmo menos acentuado (de +0,48% em novembro para +0,36% em dezembro), assim como os de Educação (de +0,13% para +0,03%).

Ao longo de 2016, os preços de Alimentação mostraram alta de 7,54%, enquanto os custos de Transportes subiram 5,04% e os de Habitação apresentaram ganho de 4,73%.

A inflação de serviços desacelerou consideravelmente na capital paulista em 2016, ao atingir 6,19%, depois de registrar 12,99% em 2015, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). 

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Com exceção dos grupos Saúde (de 11,25% para 12,55%) e Educação (de 8,19% para 10,22%) que aceleraram de um ano para o outro, os demais perderam força de alta no período no âmbito do Índice Geral de Serviços (IGS) da Fipe. "O problema é a indexação", resumiu o gerente técnico de pesquisa da Fipe, Moacir Mokem Yabiku, ao referir-se aos grupos Saúde e Educação.

Além dos efeitos da recessão, que vem inibindo a demanda, o ano de 2016 foi beneficiado pela ausência de reajustes em alguns preços administrados. O alívio na conta de luz, por exemplo, foi um dos destaques do IGS do ano passado, contou Yabiku. Em 2016, a energia elétrica ficou 10,46% mais barata na capital paulista, após aumento médio de 71,10% em 2015. "Houve mudança de bandeira (de amarela para verde) e redução de PIS/Cofins", citou. A queda apurada em eletricidade permitiu ao grupo Habitação terminar 2016 em 4,69%, na comparação com taxa expressiva de 15,75% em 2015.

Os gastos com alimentação fora do domicílio também desaceleraram entre 2015 (11,38%) e 2016 (7,85%). A alta média no preço da refeição foi de 7,27%, bem aquém da marca de 10,08% apurada em 2015. Para saborear um salgado fora de casa o consumidor pagou em média 18,63% a mais que em 2016 (8,94%). Já a sobremesa sofreu pouca alteração de um ano para outro: de 9,84% para 9,68% em 2016.

O grupo Transportes no âmbito do IGS da Fipe também registrou uma alta mais intensa no ano passado, de 7,54%, ante 11,91% no anterior, com destaque para transporte coletivo (de 16,41% para 8,22%).

Um exemplo notório da crise, diante do aumento do desemprego e da queda na renda, o conjunto de preços de Despesas Pessoais passou de 5,65% em 2015 para 3,17% no ano passado, influenciados pelas principalmente pela deflação de 3,32% no item recreação (ante alta de 3,22% em 2015).

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