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Inflação não está fora de controle

Apesar do índice de 1,81% na terceira prévia de agosto ter ficado acima das expectativas, o mercado concorda que a inflação deve começar a recuar em setembro.

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista Heron do Carmo, coordenador da pesquisa de preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), não considera comprometida a meta de inflação fixada pelo governo para este ano, no acordo que assinou com o FMI. Em entrevista à imprensa, afirmou acreditar que, provavelmente, o País chegará ao final do ano com uma inflação abaixo de 6%. Já o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC do Rio, insistiu na importância de os brasileiros deixarem de imaginar que, em função dos números de julho e agosto, a inflação estaria de volta ao País. "O próprio governo tem que acalmar um pouco, não transmitir à população uma certa insegurança a respeito", disse. Alimentos e tarifas A inflação da terceira quadrissemana de agosto, medida pela Fipe, apesar de mostrar um recuo em relação a julho, ficou acima do esperado pelo mercado, com alta de 1,81%. Para os analistas, o número ainda reflete os aumentos nas tarifas e nos combustíveis, e na queda de safras agrícolas. Para Heron do Carmo, ao longo de setembro o consumidor vai se sentir mais aliviado, com recuos continuados nos preços, com o mês devendo registrar um IPC abaixo de 0,5%. "Nós não teremos mais a pressão das tarifas, não teremos mais a pressão das geadas, porque o efeito geada estará plenamente incorporado ao IPC, e restarão apenas algumas pressões para produtos de alimentação, como a carne". Fraga: inflação está em declínio O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, disse que a inflação está entrando em trajetória de declínio. "A inflação de agosto será menor que a de julho e a de setembro será menor que a de agosto", disse Fraga. "Não existe nenhum elemento que mostre que teremos inflação alta daqui para a frente". O presidente do BC negou que haja risco de ocorrer uma bolha de consumo. Há dois meses o investimento em renda fixa está menor que a inflação, mas, segundo Fraga, isso é um fenômeno temporário e não uma tendência. De acordo com ele, a economia está crescendo de forma equilibrada. Veja ainda hoje a terceira prévia do IPCA no mês.

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