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Inflação não pode ser combatida somente com juros, diz Eduardo Campos

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta terça-feira que a inflação não deve ser combatida apenas com a taxa de juros, e que deve haver uma coordenação das políticas macroeconômicas do governo. Ao mesmo tempo em que reiterou promessas de campanha, como o do Passe Livre para estudantes e o aumento de repasses de recursos federais para saúde e segurança, que podem acarretar um aumento dos gastos públicos, o presidenciável defendeu a responsabilidade fiscal e se comprometeu a trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5 por cento. "A inflação não pode ser combatida só com a taxa de juros, como vem sendo feito no país. É preciso ter uma coordenação entre a política macroeconômica monetária e a política fiscal", disse o candidato em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. "Mas é preciso também ter regras seguras", acrescentou. Campos disse que sua equipe de técnicos trabalha na construção de um programa de governo, a ser divulgado nos "próximos dias", para equacionar o fraco crescimento da economia brasileira e o aumento de preços, e ainda encontrar brechas no orçamento para a realização de suas promessas de campanha, se for eleito em outubro. "É possível, sim. Nós estamos fazendo contas", afirmou na entrevista. "E o crescimento também vai abrir espaço fiscal", acrescentou, sem dar mais detalhes. O candidato, terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, reiterou críticas ao governo de Dilma Rousseff, que tenta a reeleição e lidera as sondagens eleitorais. Para Campos, a presidente deve entregar o país a um eventual sucessor em uma situação pior do que há quatro anos, quando foi eleita. O candidato afirmou ainda que o governo "esconde" os problemas que vem enfrentando. "A pior coisa na vida de uma pessoa, de uma família, de um governo, é a gente ficar escondendo os problemas", disse, referindo-se à defasagem dos preços dos combustíveis e às medidas adotadas pelo Executivo para auxiliar as distribuidoras de energia a fazer frente a um aumento dos custos de energia.

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Por Redação
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Campos foi questionado por ter apoiado a candidatura de sua mãe, a ex-deputada federal Ana Arraes, para o cargo de ministra do Tribunal de Costas da União, e de outros dois parentes para o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, estado que governou. Mas disse em entrevista não ver problema na sua atuação.

O presidenciável, contudo, aproveitou o tema para defender mudanças na Constituição para acabar com os cargos vitalícios do Judiciário. Ele propôs que sejam concedidos mandatos, como ocorre em outros países.

Para Campos, essa seria uma forma de "oxigenar os tribunais e garantir que esse processo de escolha seja um processo mais impessoal".

(Por Maria Carolina Marcello)

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