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Inflação no atacado nos EUA tem maior alta desde 1981

Os preços subiram 9,8% em julho na comparação com mesmo mês do ano passado

Por Nathália Ferreira e da Agência Estado
Atualização:

A inflação no atacado (PPI) nos Estados Unidos teve a maior alta anual desde junho de 1981, subindo 9,8% em julho em comparação a julho do ano passado. O núcleo do índice, que exclui os preços dos alimentos e de energia, avançou 3,5% em relação a julho do ano passado, a maior elevação em 17 anos.   Dados divulgados pelo Departamento de Trabalho nesta terça-feira, 19, mostram ainda que os preços no atacado subiram 1,2% em julho ante junho, bem acima da alta de 0,5% esperada por economistas consultados pela Dow Jones. O núcleo do PPI no mês passado avançou 0,7% na mesma base de comparação, ante expectativa de alta de 0,2%.   A alta de julho é motivada, principalmente, pelo aumento no custo da energia no atacado, que se espalhou para diversos produtos, incluindo automóveis, remédios vendidos com receita e equipamentos de capital. Os preços de energia aumentaram 3,1% em julho, após alta de 6% em junho. Os preços de gasolina, no entanto, caíram 0,2%, o primeiro declínio desde abril.   Os preços de alimentos subiram 0,3% em julho, impulsionados por elevações em carne, leite e refrigerantes.   Os preços de carros de passageiro aumentaram 1,4%, depois da alta de 2,2%, enquanto os de caminhões leves avançaram 0,8%, revertendo a queda de 1,8% em junho. Os preços de matérias-primas saltaram 4,2% em julho. Os preços de bens intermediários, por sua vez, avançaram 2,7%.   Repercussão no mercado   A inflação em forte alta nos Estados Unidos não deve permitir uma redução dos juros norte-americanos. Isso significa que os investidores continuarão migrando para ativos em dólar e, portanto, a moeda norte-americana continuará se fortalecendo frente a outras moedas. Após a divulgação do PPI, o euro opera em alta de 0,30%, cotado a US$ 1,4650.   Juros mais altos nos Estados Unidos também tiram a atratividade das bolsas européias, de mercados emergentes, e até mesmo das americanas. Isso porque o investidor consegue ganhos expressivos em títulos indexados a juros, sem correr o risco do mercado de ações. Na manhã desta terça, as bolsas européias têm baixa em torno de 2%. As americanas também operam em queda e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em baixa de 1%.   As informações são da Dow Jones.

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