O Índice de Preços no Varejo (IPV), calculado mensalmente pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), apurou em julho uma inflação de 0,02% - a menor taxa desde fevereiro deste ano (-0,46%). Esta é a terceira vez consecutiva que a inflação apurada pelo comércio da Região Metropolitana de São Paulo registra desaceleração: em maio, havia subido 1,10% e, em junho, 0,16%. No ano até o mês passado, o IPV acumula elevação de 6,17%, segundo informou a instituição por meio de nota à imprensa. Esse desempenho da inflação se deu, na avaliação da assessoria econômica da Fecomercio, porque apenas os grupos Duráveis e Comércio Automotivo apresentaram variações maiores em relação ao mês anterior, dentre os cinco pesquisados pelo IPV. Os demais fecharam o mês com resultados negativos. "Os efeitos das liquidações nos preços de itens de vestuário e calçados, inclusive, já puderam ser percebidos no desempenho de julho, com queda de 1,93%", avaliou a equipe da Federação, salientando que esta foi a primeira deflação do segmento do grupo de Semiduráveis registrada pelo IPV desde fevereiro. A explicação para este comportamento são as influências sazonais, neste caso com a antecipação das liquidações de inverno. Já entre os não-Duráveis, que incluem os alimentos, houve queda de 0,74%, seguindo a variação negativa de 1,02% de junho. "Esse resultado foi influenciado pelo desempenho de produtos alimentícios (-0,89), produtos de limpeza doméstica (-2,17%) e produtos farmacêuticos (-0,38%)", citaram os assessores da instituição por meio da nota. No ano, o grupo acumula alta de 3,77%. Uma inversão da trajetória ocorreu no grupo Materiais De Construção. O desempenho passou de 2,97% em junho para queda de 0,60% em julho. No ano, no entanto, o grupo ainda acumula alta de 7,99%, acima da média geral de preços no varejo. Expectativa A expectativa da Fecomercio é de que o IPV mantenha-se em patamares baixos ao longo do segundo semestre. "Podemos ver até mesmo sinais de deflação", trouxe o documento divulgado hoje. De acordo com a assessoria econômica da Federação, este comportamento positivo da inflação deverá ocorrer principalmente em conseqüência de o real estar valorizado em relação ao dólar. "E outro ponto que conta a favor dessa tendência é o fato de que os produtos alimentícios deverão continuar registrando queda, assim como os bens semiduráveis, que estão sendo liquidados pelos lojistas", salientaram os assessores da Fecomercio.