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Inflação para pobres sobe mais do que para ricos, aponta Dieese

Diferença tem origem nas altas médias de 1,47% do grupo Alimentação e de 1,49% da Habitação

Por Flavio Leonel e da Agência Estado
Atualização:

A taxa de inflação para a população de menor poder aquisitivo superou mais uma vez a observada para a população de maior renda no município de São Paulo em julho. A informação foi divulgada hoje pelo Dieese. Apesar de apurar que o Índice do Custo de Vida (ICV) apresentou uma variação média de 0,87% ante 0,97% de junho, o instituto constatou que, para os mais pobres, a taxa foi de 1,22% e, para os mais ricos, de 0,73% no período. A diferença do ICV para estas duas classes diminuiu entre os dois meses: antes, era mais de duas vezes maior (0,76 ponto porcentual a mais) para a população de baixa renda; agora, a diferença é de 0,49 ponto porcentual. Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três indicadores de inflação, conforme os estratos de renda das famílias paulistanas. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90). No primeiro grupo, de baixa renda, o Dieese apurou que o ICV foi 0,26 ponto porcentual inferior à variação de 1,48% de junho. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação ficou muito próxima (ou 0,01 ponto maior) à de 0,72% do sexto mês do ano. No grupo intermediário, o ICV passou de 1,21% para 0,95% no período confrontado. Na avaliação do Dieese, as grandes diferenças da inflação por estrato de renda tiveram origem nas altas médias de 1,47% do grupo Alimentação e de 1,49% da Habitação. Os aumentos dos alimentos contribuíram bem mais no cálculo da taxa dos mais pobres (0,60 ponto porcentual) e do índice do estrato intermediário (0,51 ponto) do que na formação da inflação dos mais ricos (0,33 ponto porcentual). A elevação do grupo Habitação, que teve origem no reajuste de 8,63% da tarifa de energia elétrica autorizado no mês passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Eletropaulo, também afetou mais as famílias de menor nível de rendimento, com contribuição em sua taxa de 0,48 ponto. Para os demais estratos, os impactos foram de 0,38 ponto e de 0,28 ponto, pela ordem crescente de rendimento.