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Inflação reduz relação dívida/PIB, dizem analistas

Por Agencia Estado
Atualização:

O câmbio foi o grande vilão e a inflação o mocinho da trajetória da relação dívida/PIB neste ano. Segundo os dados divulgados hoje pelo Banco Central, até outubro houve uma elevação de 6,7 pontos porcentuais nesta relação, encerrando-se o mês com uma dívida líquida do setor público representando 59,9% do Produto Interno Bruto. A depreciação cambial foi a principal responsável por esta elevação, respondendo por um aumento de 11 pontos porcentuais. O pagamento de juros foi responsável por uma elevação de 6 pontos porcentuais. Em contrapartida, o crescimento do PIB nominal no período respondeu por uma queda de nada menos do que 7,5 pontos porcentuais nesta relação. Outros fatores de menor relevância neste ano, como o reconhecimento de esqueletos, também influenciaram estes números, porém de maneira pouco significativa. "O crescimento do PIB nominal, que leva a uma queda da relação dívida/PIB, vem basicamente do aumento da inflação", sublinha o economista Fábio Akira, do JP Morgan. Para se ter uma idéia, o IGP-DI, melhor deflator implícito do PIB, acumula até outubro uma alta de 16,30%. O fraco crescimento do PIB real não teve maior influência na relação dívida/PIB. Os dados referentes ao mês de outubro confirmam essa tendência. É verdade que a dívida líquida do setor público no mês registrou uma redução de R$ 27,8 bilhões em relação ao mês anterior (de R$ 885,191 bilhões para R$ 866 212 bilhões) por causa da valorização de mais de 6% do real frente ao dólar no período. Mas o PIB nominal também cresceu 3 95% na comparação de um mês para o outro, refletindo basicamente a inflação de 4,12% (IGP-DI) em outubro, quase o dobro dos 2,64% registrados no mês anterior. Analistas do mercado ouvidos pela Agência Estado consideram que a relação dívida/PIB deve continuar no rumo descendente até o fim do ano.

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