MAIS INFLAÇÃO
Pela ata, o BC também piorou suas projeções de inflação. Sem citar números e pelo cenário de referência (com o dólar a 2,50 reais e Selic a 11 por cento), informou que elas subiram para 2014 e 2015 e se encontram acima do centro da meta, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais.
E nos três primeiros trimestres de 2016, "apesar de indicarem que a inflação entra em trajetória de convergência", as projeções também estão acima da meta.
O mais recente relatório Focus com economistas estimou inflação de 6,45 por cento neste ano e de 6,32 por cento em 2015, enquanto o BC, em seu último relatório de inflação, apontou para alta do IPCA de 6,3 e 5,8 por cento, respectivamente.
O IPCA acumulava alta de 6,75 por cento em 12 meses até setembro, maior nível em quase três anos. Soma-se a esse cenário alta de mais de 10 por cento do dólar de setembro para cá.
Na ata do Copom, o BC informou que "o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade" no período relevante para a política monetária, ao mesmo tempo em que via "há evidências de focos de tensão e de volatilidade nos mercados de moedas".
O BC também ressaltou que a atividade tende a entrar em trajetória de recuperação no próximo ano.
Desde abril deste ano a Selic estava em 11 por cento, apesar de a inflação ter rompido o teto da meta em vários momentos. Muitos entendiam que o BC estava evitando elevar os juros para não comprometer ainda mais o crescimento econômico.
A expectativa era de que a taxa de juro seria mantida em 11 por cento neste ano e subiria apenas em 2015.
Pela ata, o BC informou que a "política monetária deve se manter especialmente vigilante". No documento anterior, de setembro, não usava a palavra "especialmente".
(Reportagem adicional de Silvio Cascione, em Brasília)