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Inflação seria menor sem altas de alimentos, diz Mantega

Por RICARDO LEOPOLDO E FRANCISCO CARLOS DE ASSIS
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira, 28, que a inflação no Brasil "seria menor" se não fossem consideradas as altas expressivas registradas recentemente pelos preços de alimentos e de bebidas. Ele, contudo, deixou claro que não estava fazendo uma defesa da adoção de núcleos para o IPCA, o que ele enfatizou ser totalmente contrário.Ele citou que a possibilidade de eventuais mudanças metodológicas sobre a colheita de dados para o índice era uma questão para os órgãos federais competentes, no caso o IBGE. "Não há intenção de mudar regras do IPCA. Inflação continuará cheia até quando os institutos avaliarem que deve seguir assim", disse. Na semana passada, o jornal O Globo mostrou reportagem que apontava que fontes do governo cogitavam a adoção de núcleo de inflação. Mas no dia em que a matéria foi divulgada, Mantega negou que isso era uma política de governo, o que foi ressaltado novamente hoje em público. O ministro da Fazenda destacou que a alta de preços de alimentos no começo do ano foi temporária, motivada em grande parte pela seca em várias regiões do País, e que deve começar a ceder no curtíssimo prazo. "O IPCA-15 de abril foi menor do que o IPCA cheio de março", ressaltou, destacando que a inflação perderá vigor maior em maio e junho.A prioridade número 1 da política econômica é aumentar investimentos na infraestrutura. Foi o que também disse hoje em São Paulo o ministro Mantega. "A segunda prioridade é aumentar a produtividade e inovação", afirmou. De acordo com o ministro, o mercado interno não é mais forte porque falta crédito para o consumo. Ele se queixou do fato de alguns apontarem que só deve crescer investimentos e não consumo. "Isso não existe", reclamou Mantega.O ministro disse também que o governo tem que habilitar exportadores brasileiros para venderem produtos a outros países. Ele disse também que "vislumbramos novo ciclo, com crescimento de investimentos de 7% entre 2014 e 2022". Para ele, a média de 2003 a 2014 foi de expansão de 6,1% dos investimentos.O novo ciclo citado pelo ministro, segundo ele mesmo, teria um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% ao ano entre 2014 e 2022. "O investimento, salvo alguns anos, cresceu acima do consumo das famílias", disse o ministro.

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