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Infra-estrutura do Brasil preocupa investidores, diz jornal

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal Financial Times afirma hoje que os investidores estão otimistas com as perspectivas de crescimento economia brasileira neste ano, mas há uma crescente preocupação de que a frágil infra-estrutura do País não vai suportar o ritmo. O jornal observa que, segundo cálculos da consultoria Tendências, o setor de eletricidade necessita investimentos de R$ 20 bilhões anuais ao longo dos próximos dez anos para manter ritmo com a demanda. O governo deverá prover um terço desse valor. "Muitos grupos internacionais de energia que se arrependem de investir pesadamente no Brasil no final da década de 90 enfrentam problemas até maiores em seus mercados domésticos", disse o FT. "Eles provavelmente não fornecerão o resto." Segundo o jornal, a conclusão poderia ser que em breve as luzes vão de apagar, mas há um sinal de esperança. Um das razões para otimismo, segundo o FT, é o interesse que vem sendo mostrado pelos fundos de pensão. "Eles são justamente o tipo de instituição, com seus compromissos e necessidade de ativos também de longo prazo, que deveriam ser previstos como investidores nesse setor, disse o jornal. "Tradicionalmente, no entanto, eles têm ficado felizes com a dívida governamental de curto prazo, e que oferece elevados retornos." O FT observa, no entanto, que isso está começando a mudar com a queda dos juros no País, apesar do recente repique da Selic. O FT lembra que o setor de transportes também precisa de investimento privado. Uma fonte potencial de recursos é um novo fundo que será lançado em breve pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), chamado Fundo de Investimento em Infra-Estrutura Brasil, que pretende captar R$ 1,5 bilhão. O BID pretende atrair parte da enorme liquidez disponível nos fundos de pensão brasileiros. O jornal lembra também que a empresa GP Investimentos lançou um fundo de US$ 200 milhões em infra-estrutura para levantar dinheiro fora do Brasil. Mas o jornal observa que essas iniciativas não serão suficientes. O governo espera também levantar mais dinheiro com a aprovação das Parcerias Público Privadas. "Mas o potencial para as PPPs continua incerto", observa o FT. "Um problema é o ambiente regulatório. Investidores entraram no setor de eletricidade do Brasil nos anos 90 antes da regulamentações estarem completamente implementadas. Embora muito tenha sido feito, ainda há grande zonas obscuras, incluindo a maneira que as tarifas serão reajustadas." O FT observa que os investidores também estão preocupados com as intenções do governo. Embora "tecnocratas com mentes liberais no Banco Central e Ministério da Fazenda venham promovendo reformas pró-mercado, alguns investidores temem que ideólogos" próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva oriundos da ex-ala mais radical do Partido dos Trabalhadores, continuem desconfiados da iniciativa privada. Esses investidores, segundo o jornal, afirmam que o governo tem falhado no uso de seus poderes para abrir mais serviços públicos, incluindo transporte, para as concessões privadas".

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