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Iniciativas turbinam cadeias de produção da floresta

Artesanato e produção de mel aumentam renda de comunidades na Amazônia

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Por PPA
2 min de leitura
Hemógenes José Sá de Oliveira, Instituto Peabiru, e Amanda Santana, Tucum Brasil, na Conferência Brasil Verde 2021 

Por mais que os indígenas e as comunidades tradicionais produzam itens de qualidade dentro de um conceito sustentável para ajudar a manter a floresta em pé, eles precisam estar integrados às cadeias de produção nacional e internacional para que esse empenho faça sentido. Nesse contexto, o trabalho da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) visa exatamente cumprir com esse objetivo. Ou seja, ajudar na melhoria da qualidade de vida dos povos da floresta e prospectar novos modelos de desenvolvimento socioambiental para a Amazônia.

A iniciativa, hoje, apoia 38 cadeias produtivas, reúne 50 membros e impacta 103 negócios. Em termos de área, são mais de 5 milhões de hectares em terras indígenas ou áreas de conservação que recebem o apoio da PPA. A plataforma é resultado de uma ação coletiva liderada pelo setor privado.

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“No nosso caso, as ações da Tucum visam à geração de renda para os povos indígenas”, afirma Amanda Santana, sócia-fundadora da plataforma Tucum, que comercializa para o Brasil e o mundo peças de artesanato indígena, desde colares e pulseiras até cestos e cachepôs. Segundo Amanda, que participou de um dos debates da Conferência Brasil Verde, realizada no fim de agosto pelo Estadão, todos os produtos são criações dos próprios indígenas, principalmente de aldeias amazônicas, mas também de outros locais, como os pataxós da Bahia. “Nós, às vezes, ajudamos as artesãs com algum detalhe sobre o acabamento do produto ou as cores a serem utilizadas, mas, normalmente, a criatividade é toda delas”, afirma Amanda.

O grande objetivo dessa iniciativa, apenas uma das mais de uma centena apoiadas pela PPA, é realmente inserir as comunidades em cadeias de produção robustas, que vão gerar renda para os indígenas que estão em suas áreas de origem na floresta. As parcerias da plataforma Tucum envolvem mais de 2,4 mil artesãos e mais de 80 comunidades tradicionais ou indígenas não apenas da Amazônia, mas também do Cerrado e da Mata Atlântica.

Outro exemplo apoiado pela PPA, também apresentado durante a Conferência Brasil Verde, é a produção de mel pelas abelhas sem ferrão, comercializado pela Peabiru Produtos da Floresta. Desde 2019, afirma Hermógenes Sá, diretor-executivo do Instituto Peabiru, o produto está disponível para entrega em todo o Brasil. “Os produtores têm tanto a autorização de manejo [o que é necessário pelo fato de as abelhas serem animais silvestres] quanto a certificação do mel com o Selo de Inspeção Federal, o SIF”, afirma Sá. Dessa forma, o produto pode ser vendido em mercados formais de todo o Brasil.

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“A produção do mel é feita por mais de 120 famílias em 20 territórios diferentes da Amazônia Oriental, entre os estados do Pará e do Amapá”, diz o dirigente do Peabiru. Segundo ele, apesar de a bioeconomia ser uma das grandes vocações da Amazônia, a região ainda precisa de muitas políticas públicas para fomentar esse setor. “E as comunidades, antes disso, ainda precisam de ações básicas, que envolvam, por exemplo, saúde, educação e acesso à luz e à internet”, diz o empreendedor radicado em Belém.

A importância de as abelhas sem ferrão serem preservadas pelas comunidades no coração da floresta não envolve apenas a geração de renda direta e complementar para as comunidades tradicionais. Além do mel, as abelhas melíponas promovem a polinização de muitas espécies vegetais na floresta, como a castanha, o açaí, o cacau e o cupuaçu. O serviço ambiental que os insetos oferecem é fundamental para a manutenção de toda a biodiversidade da Amazônia.

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