Inquilinos entregam os pontos comerciais

Desaceleração provoca um superoferta de imóveis para alugar ou vender

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Por Márcia De Chiara
1 min de leitura

A desaceleração da economia fez com que as empresas entregassem literalmente os pontos comerciais. Entre lojas, showrooms e escritórios, existe hoje uma infinidade de imóveis vagos para alugar ou vender nas Avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini, Sumaré ou Rebouças, importantes corredores comerciais da cidade de São Paulo. 

A história se repete nos shoppings de luxo a céu aberto, como a Rua Oscar Freire, e no comércio popular, como o da Rua Clélia, na Lapa. O pano de fundo é a crise, que fez as empresas concentrarem as lojas para reduzir custos, especialmente nos setores mais afetados, como concessionárias de veículos. “A tendência é de que a vacância aumente cada vez mais no decorrer do ano, porque alguns varejistas vão sentir mais os efeitos da crise”, prevê Marcos Hirai, sócio-diretor da BG&H Real State, empresa especializada no setor imobiliário. No momento, ele acredita que o que está pesando mais para o crescimento no número de imóveis comerciais vagos em importantes corredores comerciais é a “mudança vocacional” das ruas e avenidas. 

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A Rua Oscar Freire, por exemplo, reduto das lojas de luxo, vem recebendo marcas mais populares. Mas ainda existem, segundo Hirai, proprietários que resistem em reduzir os preços pedidos do aluguel. Por isso, a vacância é alta. No caso das Avenidas Rebouças e Sumaré, ele observa que os imóveis são grandes e os segmentos de roupas de aluguel e venda de veículos, que foram os pontos fortes dessas duas vias, respectivamente, não têm fôlego para bancar o alto custo de locação.

Na imobiliária Lello, por exemplo, aumentou em 40% no primeiro trimestre a procura por locação de imóveis comerciais com aluguel mais barato. “Muitas empresas estão deixando imóveis mais caros e indo para os mais baratos para acomodar as estruturas”, conta a diretora comercial, Roseli Hernandes.

Já no setor de grandes lajes corporativas, a vacância é alta porque há uma grande oferta. Segundo a Cushman & Wakefield, consultoria em serviços imobiliários, a vacância, que tinha fechado 2014 em 20,2%, subiu para 24% no 1.º trimestre. “O mercado de escritórios tem um ciclo longo e estão sendo entregues hoje projetos iniciados em 2010. Mas a realidade mudou”, diz Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fipe. Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP, diz que, por conta desse cenário, as negociações de preços ficaram mais flexíveis.

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