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Instagram vai vender fotos sem notificar usuários

Primeira mudança desde compra pelo Facebook permitirá uso comercial de imagens de usuários sem consulta

Por GUSTAVO CHACRA e NOVA YORK
Atualização:

Os 100 milhões de usuários do Instagram, uma rede social de fotos adquirida pelo Facebook por US$ 1 bilhão no início deste ano, estarão sujeitos a novos termos de uso do aplicativo a partir de 16 de janeiro, incluindo a possibilidade de as imagens serem vendidas pela empresa. A decisão irritou usuários ao redor do mundo, com muitos ameaçando abandonar o Instagram caso a nova medida seja implementada. A mudança se deveu a uma necessidade de o Facebook criar uma alternativa para conseguir monetizar o gigantesco investimento feito nesta startup fundada há apenas três anos.Segundo o texto publicado no próprio aplicativo, o Instagram afirma que o usuário "concorda que uma empresa possa pagar para usar as suas fotos" e outros dados "para promoções publicitárias sem nenhuma compensação para você". O aplicativo indica que sequer terá a obrigação de informar quando vendeu as fotos de um usuário.Para não estar sujeito a estes novos termos de uso, os usuários precisarão abandonar o Instagram até o dia 16 de janeiro. Não há opção para manter o aplicativo ativo sem aceitar a mudança imposta pelo site, que pertence atualmente ao Facebook. A rede social já utiliza mecanismos parecidos para vender informações colocadas pelas pessoas no site.Muitos usuários utilizaram o próprio Instagram para protestar. Um deles fazia um sinal obsceno com a mão e pedia para Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, vender a imagem. Outro xingava o fundador da rede social. Muitos fotógrafos profissionais, que usam o Instagram, incluindo o do casamento de Mark Zuckerberg, diziam ontem no Twitter que poderiam deixar o serviço de fotos. Algumas celebridades, como o jornalista Anderson Cooper, da CNN, pedia dicas e outros aplicativos similares.Analistas do mercado de tecnologia já esperavam mudanças. O investimento do Facebook, de US$ 1 bilhão, gerava a necessidade de encontrar uma forma de ganhar dinheiro com o aplicativo. Na prática, conforme explicou Nilay Patel, do "The Verge", uma marca de cerveja poderá comprar fotos de usuários em bares e colocar em seu site para fins publicitários. Mas as imagens não poderão ser alteradas, de acordo com os termos de uso.O Instagram foi criado em 2010 e, em menos de dois anos, começou a ameaçar até mesmo o Facebook. Diante do crescimento, Zuckerberg decidiu adquirir o aplicativo no início deste ano. Entre os fundadores, estão o brasileiro Mike Krieger e o norte-americano Kevin Systrom. Em seu blog oficial, o Instagram divulgou que a nova política de privacidade ajuda o serviço a se conectar mais ao Facebook ao permitir o compartilhamento de informações entre os dois produtos.

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