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Intel Capital investe em empresa brasileira

Truetech oferece serviços de vídeo via internet

Por Renato Cruz
Atualização:

A Intel Capital, braço de investimentos da fabricante americana de processadores, acaba de investir na brasileira Truetech, especializada em vídeo via internet. "Vemos grandes oportunidades agora", disse Ricardo Arantes, diretor para a América Latina da Intel Capital, referindo-se ao ambiente de crise. "As avaliações das empresas seguem parâmetros mais razoáveis. Estamos animados e esperamos fechar mais um negócio no primeiro trimestre." Além da Truetech, a Intel Capital tem investimento em oito empresas brasileiras de tecnologia: Ativi, Certisign, Digitron, InfoServer, Neovia, TecTotal, Virtus e Yavox. O objetivo da Intel Capital é incentivar mercados que aumentem a demanda por produtos da empresa, em setores como casa e escritório digitais, mobilidade e fabricação de placas e chips. O valor do investimento na Truetech não foi revelado e, quanto à participação comprada, a Intel só informou que é minoritária. "Costumamos comprar de 10% a 35% das empresas, investindo de US$ 1 milhão a US$ 50 milhões. Mas isso não quer dizer que o limite seja US$ 50 milhões", disse Ricardo Arantes, diretor para América Latina da Intel Capital. Não existe um limite predefinido para a empresa, pois seus recursos vêm do caixa da Intel. A Truetech trabalha agora num grande projeto para a Saraiva, que vai vender e alugar filmes por download, baixados diretamente da internet. "O serviço acabou de entrar em beta (fase de testes)", disse Flávio Toledo Piza, presidente da Truetech. A expectativa é lançá-lo em até dois meses. Apesar de ainda não estar disponível, o serviço já teve impacto no mercado. Quando esteve no Brasil em outubro, o presidente mundial da Microsoft, Steve Ballmer, apresentou a loja de vídeo sob demanda da Saraiva em sua palestra durante evento da Microsoft. A Truetech nasceu em 1998, como uma empresa que fazia a autoração de DVDs (menus, páginas, divisão do vídeo em capítulos e outras informações que acompanham o disco). Cinco anos depois, a empresa começou a trabalhar com distribuição de vídeo via internet, e tem como principais clientes empresas que usam o sistema, por exemplo, para treinamento de funcionários. A empresa tem cerca de 30 funcionários e deve faturar R$ 1,5 milhão este ano. Há dois anos e meio deixou de fazer autoração de DVD. Uma das maiores dificuldades do mercado de venda de filmes pela internet é fechar acordos com os grandes estúdios internacionais. O contato que a Truetech tem com esses grupos, da época em que faziam autoração para DVDs, ajudou a abrir portas. A entrada da Intel na empresa deve facilitar o fechamento desses contratos. "Em meados de 2006, começamos a conversar com os estúdios e eles nos perguntavam: quem vai vender os vídeos?", lembrou Marcelo Spinassé, diretor comercial da Truetech. "Fizemos então uma rodada de conversas com o varejo e eles nos perguntavam: cadê o conteúdo? Tinha um pouco dessa questão do ovo e da galinha."

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